Meta deixa rolar anúncio com fraude que expõe o telefone de garçonete

O número pessoal de Karolina Taylor foi incluído há mais de um mês na bio de uma página fraudulenta e agora ela não para de receber mensagens de quem caiu no golpe

Uma página fake segue veiculando anúncios fraudulentos há 33 dias nas redes da Meta enquanto expõe em sua bio o número de telefone de uma garçonete que não tem nada a ver com o golpe.

São ao menos oito publis enganosas que estão no ar desde 21.mai.2024.

BO. Karolina Taylor, 20 anos, teve o número exposto pela página que imita uma instituição financeira e passou a receber incontáveis mensagens de "muita gente". "Eles ainda duvidam que realmente é golpe", disse Taylor ao Núcleo. Ela já registrou um boletim de ocorrência contra a fraude.

Página falsa usa endereço e emails falsos, mas inclui o número pessoal de Karolina em sua bio. (Reprodução: Facebook)

É GOLPE, BRASIL. Com publis que promovem "valores a receber do Banco Central" usando vídeos descontextualizados do ex-BBB Gil do Vigor, a página da Favicred direciona usuários para um site que simula um serviço do Banco Central.

O Núcleo identificou que esse site foi criado um dia antes do início da circulação dos anúncios.

Há mais de um mês no ar, só um dos anúncios fakes já soma 6,7 mil curtidas, 496 mil visualizações e 6,9 mil comentários, que têm indícios de terem sido inflados artificialmente (Reprodução: Facebook).

TARIFA FAKE. O site golpista tenta convencer usuários que eles têm "dinheiro esquecido no banco de contas antigas", e que deve ser sacado.

Na simulação feita pela reportagem, a página indicou que o usuário que inventamos usando um CPF falso teria R$ 3,6 mil em valores a sacar. O saldo, no entanto, só poderia ser retirado mediante pagamento de uma "tarifa transacional" de R$ 45.

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Vídeo usado pelo site golpista para convencer usuários de que a tarifa cobrada existe. (Reprodução: Favicredi.com)

NEGLIGÊNCIA. Esse tipo de esquema persiste nas plataformas da Meta há meses, mas a rede social não tem se esforçado para removê-los.

Relatórios do grupo de pesquisa Netlab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, têm revelado desde o início de 2023 que Facebook e Instagram têm sido usados por golpistas para impulsionar fraudes que imitam programas de governo, páginas de doações ou promoções de produtos.

Reportagem Pedro Nakamura
Edição Sérgio Spagnuolo

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