FBI procura rastros do jovem que atirou em Trump nas redes sociais

Autoridades já conseguiram acesso ao dispositivo do atirador, morto pelo Serviço Secreto. Discord apagou perfil "que parecia ligado ao suspeito" e milícias usam ocorrido para recrutar membros pelo Facebook

Desde que um jovem de 22 anos efetuou disparos em um comício de Donald Trump na Pensilvânia, as polícias dos Estados Unidos tentam obter mais informações sobre o atirador nas redes sociais, enquanto milícias de extrema-direita usam as plataformas para recrutar novos membros.

O comício aconteceu no sábado, 13.jul. Trump ficou ferido na orelha e duas pessoas que estavam na plateia foram mortas

FBI. Nesta segunda-feira (15.jul), o Federal Bureau of Investigation (FBI) conseguiu acesso ao celular do atirador. Ainda não se sabe como o FBI desbloqueou o aparelho.

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Em 2016, o Departamento de Justiça dos EUA tentou forçar a Apple a derrubar os mecanismos de segurança do iPhone para acessar os dados de um homem que cometeu um atentado em massa, mas a empresa recusou.

DISCORD. Ainda no domingo (14.jul), o Discord afirmou ter encontrado uma conta que parecia estar ligada ao suspeito, mas que foi “raramente utilizada”. “Não encontramos nenhuma evidência de que tenha sido usado para planejar este incidente ou discutir suas opiniões políticas”, disse a empresa. O Discord apagou o perfil por violar a “política de comportamento fora da plataforma” e está ajudando as autoridades nas investigações.

CEOs. Os chefes e diretores da OpenAI, Microsoft, Amazon, Apple, Meta (Face, Insta, Threads e Zap) e do X (antigo Twitter) publicaram posicionamentos oficiais nas suas redes condenando o ataque ao ex-presidente americano e mandando sentimentos aos familiares das outras vítimas.

MUSK… Elon Musk, dono do X, condenou o ataque e tem ajudado a compartilhar teorias da conspiração sobre o atentado. Alguns perfis, influenciadores e parlamentares de direita têm promovido a narrativa de que agentes do Serviço Secreto dos EUA, responsáveis pela proteção de presidentes e ex-presidentes, foram “deliberadamente lentos” para não proteger Trump adequadamente, como reportou o Washington Post.

Musk também tem postado que a imprensa tradicional americana não está cobrindo o caso corretamente, afirmando que os usuários deveriam acompanhar o caso pelo X.

RECRUTAMENTO. A WIRED reportou que o ataque a Trump está sendo usado como munição para que milícias americanas recrutem novas pessoas via redes sociais, afirmando que a violência será inevitável nas eleições presidenciais deste ano. Um dos vídeos populares circulando no TikTok e no Facebook tem como legenda: “Nós viemos a este mundo gritando cobertos de sangue e estaremos saindo da mesma maneira. Sem retirada, sem rendição.”

DE DIREITA E DE ESQUERDA. A esquerda dos EUA também está espalhando teorias da conspiração sobre o ataque nas redes sociais, como mostrou o Núcleo. As acusações são as mais diversas, até mesmo de que o sangue de Trump era falso.

Conspiração da esquerda sobre atentado a Trump ressurge o ‘BlueAnon’
Esquerda está entrando de voadora no mesmo barco que a extrema direita: em teorias alucinantes da conspiração
Texto Sofia Schurig
Edição Alexandre Orrico

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