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Nesta quinta-feira (1.ago.2024), a boxeadora italiana Angela Carini abandonou a luta contra a argelina Imane Khelif após 46 segundos na Olimpíada de Paris.
Nas redes, figuras conhecidas da direita, como o presidente argentino Javier Milei, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o bilionário Elon Musk se referiram a Imane como "trans" ou "homem biológico", o que não é verdade.
Em 2023, a atleta argelina foi desqualificada pela Associação Internacional de Boxe por excesso de testosterona. Sob os critérios do COI (Comitê Olímpico Internacional), porém, ela está apta a disputar a modalidade feminina.
"O teste de testosterona não é um teste perfeito. Muitas mulheres podem ter níveis de testosterona iguais ou semelhantes aos dos homens, sem deixar de ser mulheres", disse Mark Adam, porta-voz do COI.
O comitê olímpico soltou ainda uma nota que começa com a frase "toda pessoa tem o direito de praticar o esporte sem discriminação".
Jornalistas esportivos como Murilo Borges e Daniel Braune falaram sobre o caso em suas redes.
Muitas pessoas lembraram que a Argélia restringe os direitos da comunidade LGBTQIAPN+ e não permite a mudança de identidade.
O episódio gerou reflexões nas redes sobre como a transfobia pode afetar inclusive mulheres cisgênero.
"O objetivo deles é evidente há tempos: deslegitimar todas as mulheres que não sigam um determinado padrão do que é ser mulher", escreveu a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP).