Quem odeia a ciência?

Parte do mundo da divulgação científica está envolvida em uma discussão que, pra variar, descambou para o racismo e sexismo.
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Bom dia! Aqui é a Chloé Pinheiro. Parte do mundo da divulgação científica está envolvida em uma discussão que, pra variar, descambou para o racismo e sexismo. A gente vai ter que falar sobre isso. E também sobre ataques aos cientistas que pesquisam as redes sociais. Mas também tem umas imagens bonitas, vai… Na nota do convidado, o virologista Fernando Spilki discute os avanços da gripe aviária.

Revoltou
O divulgador científico Sergio Sacani, do canal Ciência Sem Fim e do Space Today, publicou um xuíte revoltado, reclamando de um post do governo que teria retratado uma astronauta russa, a primeira mulher a ir ao espaço, como uma mulher negra. "Só que não era nada disso: a publicação foi ilustrada assim porque o texto fazia referência à pretensão da Nasa de enviar a primeira mulher negra à Lua." Gerou tanta polêmica que o post foi arquivado e a Agência Espacial Brasileira teve que publicar esclarecimentos

Ódio à ciência 
O Sacani disse que o governo “odiava” a ciência. E muita gente nos comentários foi racista (embora alguns sensatos comentassem o óbvio). Outros divulgadores e cientistas apontaram os problemas na fala do youtuber. E lembraram da proximidade do Sacani com pessoas que espalham a desinformação e que inclusive já propagaram conteúdo racista na internet. 

Que diferença faz?
A física Ana Clara de Paula Moreira, que é uma jovem negra, foi lá comentar na maior boa vontade o post do Sacani. E recebeu como resposta vários ataques e uns comentários bem desatualizados, tipo “que diferença faz para o método científico a cor da pessoa?” Meu amigo, FAZ MUITA. Não sei nem por onde começar... Então vou só deixar aqui a dica da temporada do Ciência Suja sobre colonialismo na ciência, que ajudei a produzir. Vale dizer que outras divulgadoras também têm sido atacadas pelo fandom.

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Ataques à ciência 
Agora, falando em odiar a ciência de verdade, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro que estudam a desinformação estão sendo atacados pela Meta e por políticos. O Pedro Nakamura fez uma matéria sobre um dos casos no Núcleo — que deu uma baita repercussão, aliás. Nos Estados Unidos está acontecendo uma situação parecida em plena Universidade Stanford. 

Xilitol e infarto 
A imprensa divulgou um estudo dizendo que o adoçante xilitol “dobra” o risco de doenças cardíacas. Só que o trabalho não avaliou se as pessoas ingeriram xilitol ou se o nível da substância estava alto por outros motivos (porque ela também é produzida por nós naturalmente). O Igor Eckert fez um fio ótimo sobre o tema. Mas vale lembrar que a gente realmente desconhece os riscos dos adoçantes em longo prazo. 

👁️
Você viu? 

* A campanha antivax promovida pelos Estados Unidos pra desmoralizar a China. 🙄
* Saudades das dinonews? Pois saiba que um novo pterossauro brasileiro foi descrito e nomeado em homenagem aos seres voadores do filme Avatar
* … e um crocodilo barulhento que conviveu com os dinossauros também foi descoberto no Brasil. 🐊
* Parece que teve gente estranhando o dia estar mais curto nessa época do ano. 🤭
* A Voyager 1, sonda mais antiga enviada pelo homem ao espaço, está online depois de sete meses sem comunicação. E já foi bem longe: está a uma distância quase quatro vezes maior do que a entre a Terra e Plutão. Ela foi lançada em 1977. 🚀
* Fotão de um meteoro pela estudante de astronomia Sofia Fonseca. ☄
* E o salto incrível de uma baleia jubarte em Ilhabela (chegou a época do ano em que elas passam pelo nosso litoral). 🐳

Nota do convidado 

O problema é como e quando

Por Fernando Spilki, virologista, pró reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão na Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul

Estamos em um período entre pandemias, essa frase não deveria assustar mais ninguém, mas alertar a todos. Qual será o agente causal? Quando chegará? Pelo seu alto potencial zoonótico, os influenza “H5” sempre geram preocupação.

Nas últimas semanas, foi relatado o óbito de um paciente mexicano infectado pelo vírus Influenza H5N2, um paciente de 53 anos e portador de comorbidades. O vírus H5N2 já circula há alguns anos em aves de criação comercial no México e também vem sendo notificado como causa de surtos em criatórios de aves nos Estados Unidos, mas não havia informação quanto ao contato direto da vítima com aves. Desta forma surgiu um alerta: como o vírus chegou a esse paciente?

Não se conhecem evidências de transmissão humano a humano dos vírus H5 e este tem sido um motivo de alento, pois uma transmissão sustentada entre nós seria a última milha na instalação de uma possível pandemia.

Assim, foram instauradas por autoridades sanitárias locais com apoio do CDC (Centro para o Controle de Doenças, EUA) medidas para examinar possíveis contatos próximos do paciente quanto à presença de anticorpos específicos contra o H5N2 e também sobre o sequenciamento do vírus para comparação com os vírus circulantes em aves na América do Norte.

As atualizações da investigação e o sequenciamento genético dão conta de que o paciente teve mesmo contato com aves em um período compatível com a infecção. Então podemos respirar aliviados. Por enquanto.

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