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Bom dia! O Brasil está mais seco do que o habitual, mostram estudos, e com queimadas batendo recordes no Pantanal. Na outra ponta do mapa, imagens lindas mostram a temporada de baleias e outros grandes animais marinhos passando pela nossa costa. Um refresco para os olhos. Estamos precisando, né? Na nota do convidado, pesquisadores da UFRGS falam sobre um belo exemplo de ciência cidadã em plena tragédia climática.
O Brasil está secando
Como a Meghie antecipou na última edição, uma análise do Mapbiomas nos deu essa péssima notícia. O Brasil ficou 3% mais seco em 2023. É uma área de água equivalente a cinco vezes a cidade de São Paulo. A região mais atingida é justamente o Pantanal, que perdeu 61% da sua água em relação à média histórica. O bioma tem o maior número de focos de incêndio em junho dos últimos 19 anos e a pior seca dos últimos 700 anos. Tendência preocupante, e sinal de que estamos vendo só a ponta do iceberg.
Eucalipto
Nessa mesma linha, uma reportagem da Ambiental Media mostrou com exclusividade um estudo sobre o impacto da monocultura de eucalipto na vazão de rios mineiros. Só que nesse caso o culpado nem é exatamente o clima. O problema é que o agronegócio usa a água dos rios pra alimentar os sedentos eucaliptos. ¯\_(ツ)_/¯
Fapesp
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo reajustou em até 45% suas bolsas para pesquisadores. Não é nenhuma fortuna, especialmente considerando o custo de vida em São Paulo, mas a reação da internet mostra como tá crítica a situação dos acadêmicos. Pelo menos deu pra dar umas risadas também, vai…
Descanse os olhos
A editoria avistamento de baleias segue firme nessa newsletter! Nesta semana teve a foto perfeita de uma jubarte alinhada ao Cristo Redentor, Encontros entre jubartes e golfinhos, uma visita do maior peixe do mundo e raias manta a perder de vista – já é a maior temporada deste majestoso animal no país. Os cetáceos e outras espécies migram nessa época do ano e o Brasil é um destino bem cotado.
* Saiu uma nova pesquisa sobre a percepção do brasileiro em relação às mudanças climáticas.
* Imagens assustadoras do Furacão Beryl passando pelo Caribe. É o maior já registrado nessa época do ano. 🌪️
* O Dia do Orgulho LGBTQIAPN+ trouxe histórias de cientistas envolvidos com a causa. 🌈
* Evidências de atividade astronômica entre indígenas no Brasil há mil anos. ☄️
* “Jiboia Ronaldo, que se pensava ser macho e sozinha há 9 anos, surpreende e gera 14 filhotes”. 🐍
* Um novo peixe amazônico foi batizado em homenagem ao Olho de Sauron. 🐟
* Transtorno bipolar pode ser um distúrbio energético. 🧠
Nota do convidado
Ciência cidadã: convocando a população para mapear a extensão dos eventos climáticos no RS
Lucas George Wendt, mestrando em Ciência da Informação na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação - Fabico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Sofia Royer Moraes, doutoranda em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental no Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS e professora na Universidade do Vale do Taquari - Univates
Pesquisadores de várias instituições estão incentivando os moradores do Rio Grande do Sul a usarem seus smartphones para documentar os danos das enchentes de maio. Por meio do WhatsApp, a população pode registrar níveis das cheias, pontos de deslizamentos de terra e locais com problemas de saneamento.
É um exemplo claro de ciência cidadã, movimento amplo que surge no século XIX e busca integrar pessoas não iniciadas em ciência ao processo científico. Denominada Mapa Cidadão, a proposta envolve pessoas comuns que, com celulares conectados à Internet, enviam a localização, informações e fotos dos locais afetados via WhatsApp para a equipe do projeto, sediada na UFRGS.
Os dados são então organizados e os pontos enviados são identificados no Google Maps pelo Grupo de Pesquisa em Desastres Naturais (GPDEN). Até 20 de junho de 2024, mais de 630 pontos já foram mapeados, incluindo 495 pontos de inundação e 135 de deslizamentos.
A ciência cidadã tem a capacidade de ampliar a coleta de dados em larga escala. Envolvendo a comunidade, torna-se possível obter um volume de informações de campo que seria impraticável apenas pelos cientistas, especialmente em áreas vastas e de difícil acesso, como é o caso deste evento, que atingiu em torno de 90% dos 497 municípios do RS.
O esforço coletivo resultará em um mapeamento detalhado e atualizado das regiões afetadas, sendo que ainda existe a carência de mapeamento em áreas do RS como o Centro, o Sul e o Norte.
Este projeto de 2024 é uma expansão de uma iniciativa anterior realizada em 2023, no Vale do Taquari. Queremos que este projeto promova, junto ao exercício científico, a educação e o engajamento público, aumentando a compreensão e o interesse pela ciência. No contexto atual, a maior consciência sobre as vulnerabilidades do seu território pode significar a preservação da vida em momentos de desastre.
Para colaborar na iniciativa, clique aqui para conferir as instruções.