Colonialismo interno

Essa semana, fomos surpreendidos com uma ação de colonialismo interno, envolvendo a volta do manto tupinambá ao Brasil.
Receba nossas newsletters

É de graça. Só tem coisa fina, você vai curtir!

Show de bola! Verifique sua caixa de entrada e clique no link para confirmar sua inscrição.
Erro! Por favor, insira um endereço de email válido!

Bom dia! Aqui é a Chloé Pinheiro. Essa semana, fomos surpreendidos com uma ação de colonialismo interno, envolvendo a volta do manto tupinambá ao Brasil. E surpreendendo um total de zero pessoas, junho quebrou mais um recorde de temperatura. Na nota do convidado, Erica Mariosa discute os rumos da divulgação científica. 


Tupinambá
A boa notícia: a Dinamarca devolveu o manto tupinambá do século XVI que estava há mais de 300 anos no país europeu. A má: indígenas da etnia foram impedidos de participar do processo. O Povo Tupinambá se pronunciou e disse que o Museu Nacional descumpriu o combinado. A devolução de artefatos e fósseis retirados clandestinamente de países é uma pauta quente na ciência. 

Mico 
O diretor do museu se defendeu sem se explicar muito bem, e a postura foi lida como arrogante e vaidade técnica, com notas de colonialismo interno. Acrescento por conta “desatualizada”. A participação dos povos e territórios aos quais pertencem os objetos históricos é hoje tida como parte importante do progresso científico. Nesta semana, um acervo com mais de 500 peças indígenas também voltou ao país. 👀

Junho é o mês mais quente 
Parece nota repetida, mas este junho foi o mais quente dos registros até agora. É o 13º mês seguido quebrando recordes. Os Estados Unidos estão sendo atingidos por ondas de calor, com regiões tendo dias seguidos de temperatura acima dos 40ºC. Ficou tão quente, mas tão quente, que carros começaram a pifar por superaquecimento nas estradas. E o pessoal está aprendendo na marra a importância de beber água.

Vulcão
Para quem gosta de vulcões, o Etna e o Stromboli entraram em atividade. Ambos ficam na Itália e são conhecidos por darem as caras de vez em quando, fazendo inclusive aneis de fumaça. A erupção do Etna gerou imagens impressionantes de um clarão rasgando a noite, com direito a cascata de lava

👁️
Você viu?

* O doodle do Google homenageou o físico brasileiro César Lattes (sim, existiu uma pessoa por trás do nome da base de currículos).
* Tocou hip hop perto de Vênus pela primeira vez.
* Perfil feito pelo Bernardo Esteves sobre o arqueólogo Eduardo Neves, que estuda intervenções humanas antigas e até então desconhecidas na Amazônia. Na piauí (só para assinantes).
* Vírus H5N1 sofreu adaptações que podem facilitar a transmissão entre mamíferos. 
* O polvo que imita um rosto para se defender de ameaças. 

Nota do convidado 

O mais importante da divulgação científica é viralizar?

Erica Mariosa é relações-públicas (PUC-Campinas), pós-graduada em jornalismo científico, mestre em divulgação científica (Labjor/Unicamp) e doutoranda em ensino de ciências e matemática (Pecim/Unicamp)

Diante das tragédias que vivenciamos nos últimos anos, vimos a divulgação científica (DC) brasileira realizar um verdadeiro levante, e é importante reconhecermos e nos orgulharmos desses cientistas que, muitas vezes sem conhecimento da área, mantiveram seus esforços, recursos e conhecimento para falar com a sociedade sobre o que estudam e pesquisam. 

Dessa forma se tornou cotidiano, na DC do século XXI, a busca por novas formas de produzir conteúdo, permeada pelo digital, pela preocupação com o ineditismo, adaptação a “trends”, e pela necessidade de "furar bolhas" em prol da luta contra a desinformação. 

Assim, o sucesso passou a ser medido pelo engajamento (que as big techs dizem que) nosso material atingiu. Só que a tão almejada ideia de viralizar vem sendo trabalhada pelas big techs como forma de manutenção de seu status quo. 

Mas será que o nosso público, aquele com o qual nos propusemos a conversar, está mesmo recebendo este conteúdo que produzimos? Será que esta é a única forma de falarmos com a sociedade?

A dificuldade na entrega do conteúdo nas redes sociais tem sido um debate constante entre os divulgadores científicos. Pesquisadores e jornalistas têm denunciado as big techs por privilegiarem conteúdos falsos e desinformativos em detrimento de conteúdos checados e embasados.

Além disso, em um país continental como o nosso, a ideia de que a “internet é para todos” está longe da realidade. 

Então o que falta para nós, divulgadores de ciência, nos questionarmos sobre a necessidade do “tudo pelo like”? Sobre esta obediência e fidelidade a um sistema digital em troca da promessa de resultados não verificáveis? 

Será que não é possível buscarmos soluções para além da internet?

Receba nossas newsletters e traga felicidade para sua vida.

Não perca nada: você vai receber as newsletters Garimpo (memes e atualidades), Polígono (curadoria de ciência nas redes sociais) e Prensadão (resumo semanal de tudo o que o Núcleo fez). É fácil de receber e fácil de gerenciar!
Show de bola! Verifique sua caixa de entrada e clique no link para confirmar sua inscrição.
Erro! Por favor, insira um endereço de email válido!