Pautado pela recente movimentação no Twitter a falta de atuação da empresa sobre conteúdos desinformativos ligados à COVID-19, o Ministério Público Federal enviou ofício à empresa solicitando esclarecimentos sobre a atuação da plataforma.
Nos últimos dias, a hashtag #TwitterApoiaFakeNews
ganhou tração na rede com tuítes de pesquisadores, acadêmicos, cientistas, jornalistas e atores políticos que criticavam a ausência da opção de denúncia de conteúdos desinformativos ligados à COVID e a recente verificação dada à conta de uma blogueira bolsonarista que está sendo investigada no Inquérito das Fake News.
É importante porque...
- A movimentação no Twitter pautou o ofício do MPF, destacando a força da conversa nas redes
- Instado por acadêmicos, pesquisadores e figuras políticas a se posicionar, o Twitter não se manifestou publicamente. Agora terá de prestar esclarecimentos a um órgão público.
Em ofício enviado à plataforma nesta quinta-feira, o procurador da República Yuri Corrêa Luz, que cita explicitamente a movimentação em torno da hashtag no Twitter, solicitou que representantes da empresa no Brasil disponibilizem informações sobre:
- "disponibilização, aos usuário dessa plataforma, de via de denúncia de conteúdos desinformativos envolvendo a pandemia da COVID-19, ainda em curso"
- "por que motivo usuários de outros países, como os Estados Unidos da América, dispõem de opção para denunciar à plataforma conteúdos desse tipo, ao passo que usuários brasileiros, não"
- "se estão sendo adotadas providências para que tal funcionalidade de denúncia seja disponibilizada também a usuários brasileiros e, em caso positivo, qual o prazo previsto para sua implementação na plataforma"
- "informe quais os critérios utilizados pelos responsáveis pela plataforma, no Brasil, para conferir verificação a usuários, e indique se, entre os critérios usados para negar tal status de verificação, está ou não o eventual envolvimento do usuário na veiculação de conteúdo desinformativo sobre temas de saúde pública, a exemplo daqueles atinentes à COVID-19, em relação aos quais já há farto consenso de autoridades sanitárias ao redor do mundo".
O MPF deu ao Twitter prazo de dez dias para responder aos questionamentos.
Em um fio publicado na tarde do dia 6.jan, o Twitter tentou se defender, mas não disse muito.
Temos acompanhado as discussões sobre nossa atuação para conter a desinformação no Twitter, especialmente relacionada a Covid-19. Enquanto avaliamos internamente revisões em nossos processos e análises, gostaríamos de esclarecer alguns pontos.
— Twitter Seguro 🇧🇷 (@TwitterSeguroBR) January 6, 2022
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