O LinkedIn atualizou sua política global para pemitir a divulgação de vagas de emprego e processos seletivos que expressam preferência por pessoas e grupos historicamente desfavorecidos. A notícia foi dada com exclusividade ao Estadão por Milton Beck, diretor-geral do LinkedIn para a América Latina.

O PROBLEMA: Há dez dias (19.mar), o LinkedIn excluiu uma vaga do Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (Laut) que dava preferência a candidatos negros e indígenas.

A decisão estava alinhada à política global da rede social, que “proíbe a discriminação em anúncios de emprego com base em características protegidas, como idade, sexo, deficiência, etnia, raça e orientação sexual”.

Entretanto, países como o Brasil não consideram discriminação a oferta de vagas e processos seletivos que priorizem grupos minorizados. O tema consta na Lei de Cotas e é pacífico no Judiciário.

REAÇÕES: A exclusão da vaga do Laut da plataforma do LinkedIn gerou reações nas redes sociais e do mundo corporativo.

A Natura&Co, que também teve uma vaga do tipo excluída, encabeçou um manifesto pedindo que o LinkedIn revisse tal política. O documento foi assinado por 22 empresas, como Raízen, Comgás e Neon.

O Procon-SP e o Ministério Público Federal também pediram esclarecimentos ao LinkedIn.

A Educafro e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos ajuizaram uma ação civil pública contra o LinkedIn, cobrando uma indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos.

ANTES TARDE DO QUE NUNCA. A reversão na política global do LinkedIn é bem-vinda, ainda que tenha demorado. Beck explicou:

“É um processo de evolução. A gente não opera somente no Brasil. Reconhecemos que é um passo importante para permitir que grupos menos favorecidos possam ter uma inclusão maior no mercado de trabalho, mas é um processo que demanda um nível maior de complexidade.”

E AGORA? Vagas que foram excluídas pelo antigo critério global não podem ser recuperadas, ou seja, empregadores como Natura&Co e Laut terão que republicá-las na plataforma.

Beck garante que, de agora em diante, todas as vagas afirmativas serão mantidas no LinkedIn. Antes, algumas eram excluídas, outras não, reflexo da complexidade dos sistemas de moderação, que misturam algoritmos automatizados e revisores humanos.

“A nossa política agora se alinha com o que é esperado pelos nossos usuários, clientes e a sociedade em geral”, afirmou o executivo.

Via Estadão, Nexo, Folha de S.Paulo.

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