Alguns grandes negócios globais às vezes batem em limites físicos, como a finitude de seres humanos.
Em algumas regiões dos Estados Unidos, a Amazon corre o risco de, em breve, não ter mais quem contratar para os seus centros de distribuição (CDs).
O QUE HOUVE? Uma pesquisa interna da Amazon de meados de 2021, chamando a atenção ao problema, foi obtido e publicado pelo Recode.
Em regiões como Phoenix, no Arizona, e na região de Inland Empire, na Califórnia, a mão de obra disponível para o trabalho em centros de distribuição poderia acabar no final de 2021 e de 2022, respectivamente.
Isso, obviamente, representa um problema enquanto a empresa cresce — e a Amazon não tem planos de arrefecer esse crescimento no horizonte.
COMO ASSIM? A Amazon é famosa pela alta rotatividade dos funcionários dos seus centros de distribuição. Não é raro todos eles serem trocados a cada ano, por motivos diversos.
No passado, essa característica era apreciada internamente, até mesmo pelo fundador e ex-CEO Jeff Bezos, que acreditava na teoria de que empregados de longa data pudessem se tornar preguiçosos ou insatisfeitos. Agora, porém, a rotatividade virou uma emergência.
A pesquisa interna da Amazon levou em conta o volume de adultos empregáveis aptos a aceitarem as condições de trabalho dos CDs da Amazon, que, é de conhecimento geral, não são das melhores.
Além dos valores baixos (~US$ 18/hora), a Amazon é implacável: monitora de perto o desempenho dos empregados, forçando-os a estarem sempre no limite, e demite por qualquer deslize mínino.
Outro fator que impacta a capacidade da Amazon de contratar é a concorrência. Empresas como Target e Walmart conseguiram se digitalizar e não apanham mais tanto da Amazon no digital. Elas têm um histórico de tratar melhor os empregados.
E AGORA? A pesquisa detalha algumas possíveis saídas para evitar o esgotamento da mão de obra, entre elas aumentar os salários, intensificar a automação dos CDs e redistribuir funcionários já contratados entre as regiões de acordo com a demanda.
Abalos na logística do mercado norte-americano, como o causado pela variante Ômicron do coronavírus no início de 2022, alteraram as previsões da pesquisa, mas não o problema em si — mais um que o atual CEO, Andy Jassy, tem para resolver.
Via Recode (em inglês).