Parece notícia repetida, mas não é: o Facebook sinalizou que diminuirá investimentos em parcerias com o jornalismo para focar em criadores de conteúdo.
O QUE HOUVE? O Wall Street Journal teve acesso a um memorando interno assinado por Campbell Brown, executiva da Meta responsável pelas parcerias globais com veículos de notícia.
Na mensagem aos funcionários, Brown diz que o Facebook reduzirá os esforços em engenharia e produto de duas iniciativas jornalísticas da casa, a aba de notícias e a plataforma de newsletters Bulletin, para focar os esforços em “criadores”, jargão do meio para influenciadores digitais.
CONTEXTO. A aba de notícias, lançada em alguns mercados em 2019, é uma área dedicada a notícias dentro do site e do aplicativo do Facebook. A Meta paga um valor para parceiros selecionados, que lhe fornece material para popular essa aba com notícias de fontes confiáveis.
Já o Bulletin foi lançado em junho de 2021 como resposta ao crescimento do Substack. É um serviço de newsletters pago, criado para atrair e sustentar escritores independentes.
CONSEQUÊNCIAS. Esse é mais um revés ao jornalismo na conturbada relação que empresas do setor mantêm com a Big Tech, notadamente Meta e Google.
Não é a primeira vez — e provavelmente não será a última — que essas empresas quebram promessas relacionadas a investimentos no jornalismo.
Segundo fontes do Wall Street Journal, o aperto regulatório em vários países para que empresas como Meta e Google financiem o jornalismo teria desanimado o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, de fazer do noticiário uma parte significativa da experiência no Facebook.
O foco em “criadores” se explica, também, pela competição proporcionada pelo TikTok, da chinesa ByteDance.
Via Wall Street Journal (em inglês).