O Google demitiu 28 funcionários envolvidos em protestos contra contratos da empresa com o governo de Israel. As demissões ocorreram após a suspensão e prisão de nove funcionários na terça-feira (16.abr), que ocuparam o escritório do CEO do Google Cloud, Thomas Kurian, até serem forçadamente removidos pela polícia e presos.
Os termos do contrato de US$ 1,2 bilhão estipulam que nem o Google, nem a Amazon, podem suspender os serviços sob pressão de boicotes. As empresas também estão proibidas de negar serviço a qualquer entidade governamental em particular.
Documentos revelados pelo Intercept em 2022 sugerem que o Google estaria disponibilizando ferramentas de inteligência artificial como tecnologias de reconhecimento facial e monitoramento.
MÊS PASSADO. A resistência ao projeto ganhou força com o começo da guerra em Gaza, em outubro. Em mar.24, o Google demitiu Eddie Hatfield, um engenheiro que se manifestou contra o projeto publicamente no evento Mind the Tech, em Nova York, evento de tecnologia que promove empresas israelenses.
Mais de 600 empregados do Google assinaram uma carta aberta solicitando que o cancelamento do patrocínio deste evento. A empresa não atendeu às solicitações.
SEMANA PASSADA. Na semana passada, a TIME reportou que grandes empresas de tecnologia estão fornecendo serviços de computação em nuvem para forças militares.
O Google concedeu ao Ministério da Defesa um desconto de 15% nas taxas de consultoria, segundo a reportagem, e o ministério desembolsou mais de US$ 1 milhão pelos serviços de consultoria da empresa.
NESTA SEMANA. Nove trabalhadores do Google, em diversas cidades, foram detidos na noite de terça-feira. Uma conta do Instagram associada aos protestos anunciou no dia seguinte que todos os trabalhadores presos haviam sido libertos.
Esta quinta-feira (18.abr), foi anunciado que 28 pessoas foram demitidas por participarem das manifestações. Os funcionários alegam que as ferramentas disponibilizadas pelo Google poderiam ser usadas para causar danos aos palestinos.
OUTRO LADO. Ao The Verge, Anna Kowalczyk, gerente de comunicações externas do Google Cloud, afirmou que o projeto não tem relação com o exército de Israel e que está em conformidade com os termos de uso e políticas da empresa.