Stanford desmancha pesquisa sobre desinformação nas redes após ataques de políticos conservadores

Universidade gastou milhões de dólares em defesas legais após acusações de conluio e censura por políticos trumpistas

O Observatório da Internet da Universidade de Stanford (SIO), nos EUA, um prestigiado laboratório que pesquisa desinformação nas redes sociais, não vai conduzir estudos sobre as eleições norte-americanas deste ano e mudará seu foco para ameaças online a menores de idade.

POR QUÊ? Segundo a imprensa norte-americana, pesquisadores do SIO foram processados três vezes por grupos conservadores que os acusam de conluios com o governo Biden para censurar a liberdade de expressão no país. Isso forçou Stanford a gastar milhões de dólares em defesas legais, o que forçou a mudança no foco das pesquisas.

ASSÉDIO LEGISLATIVO. No Congresso dos EUA, políticos republicanos criaram uma "Comissão sobre a Instrumentalização do Governo Federal", que acusa o presidente Joe Biden de usar agências de estado e parcerias com o setor privado para calar trumpistas. Essa comissão tem intimado estudantes e pesquisadores de várias instituições para prestar contas, inclusive o SIO.

TÁTICA GLOBAL. No Brasil, políticos bolsonaristas ensaiam um roteiro semelhante contra quem estuda desinformação e fiscaliza plataformas. O Netlab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem sido alvo de ataques bolsonaristas nas redes. Deputados federais chegaram a convocar o grupo para uma audiência para pedir explicações após estudos do laboratório mostrarem que parlamentares espalharam mentiras sobre as enchentes no Rio Grande do Sul.

Via Platformer (em inglês)

Texto Pedro Nakamura
Edição Alexandre Orrico

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