Este post saiu primeiro na newsletter Garimpo – uma curadoria fina, engraçada e direta do que tem de viral nas redes sociais. Receba de graça.
A Justiça da Espanha concedeu liberdade provisória a Daniel Alves, condenado a quatro anos e meio de prisão, pelo estupro de uma jovem de 23 anos em uma boate em Barcelona em dez.22.
A liberdade provisória será concedida perante o pagamento de fiança no valor de 1 milhão de euros (valor equivalente a R$ 5,4 milhões).
Como se essa notícia já não fosse um desrespeito a todas as mulheres, o jornal espanhol "La Vanguardia" informou que Daniel Alves recorreu a ninguém mais, ninguém menos que... O pai do Neymar.
Mas a gente sabe quem realmente vai pagar esse valor, né...
São tantas camadas que eu não sei nem por onde começar, então vou deixar para a internet, que se indignou tanto quanto eu.
A frase abaixo "a justiça virando mercado" é a definição exata do que acontece quando falamos da influência do dinheiro na tomada de decisões por parte da corte.
Vale lembrar que um dos símbolo da justiça é a deusa grega Themis, representada com os olhos vendados (imparcialidade) e segurando uma balança (equilíbrio).
Mas como essa decisão pode ser justa quando não há punição pelo crime cometido? Onde está a justiça para essa mulher violentada num banheiro de boate, que vai carregar essa violência para o resto da vida?
Vale lembrar que a vítima negou os acordos financeiros propostos pela defesa de Daniel Alves com a seguinte alegação: "qualquer delito contra a liberdade sexual torna os danos morais e as sequelas irreparáveis".
Aqui deixo a fala da sempre sensata Flávia Oliveira:
Ah, vale lembrar que Daniel Alves já tinha tido a pena reduzida após a família do Neymar ter pago uma multa de 150 mil euros.
A verdade é que nós, mulheres, sempre seremos vítimas. Vítimas da justiça, do machismo, da misoginia e do patriarcado.
Hoje, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) julga o pedido do governo italiano para que o ex-jogador Robinho cumpra pena no Brasil. Ele foi condenado a nove anos de prisão em todas instâncias pelo crime de... Estupro coletivo. Pensou o mesmo que eu?
Em resumo: