Este post saiu primeiro na newsletter Garimpo – uma curadoria fina, engraçada e direta do que tem de viral nas redes sociais. Receba de graça.
Ontem a @babi compartilhou uma história e pediu um conselho sobre como se livrar da própria terapeuta, que tinha feito comentários no mínimo esquisitos sobre ela.
E esse não foi o único comentário cheio de julgamentos da terapeuta. Ela também já tinha desaprovado os planos da Babi de ter um filho, e mesmo com um toque da cliente a profissional continuava fazendo a mesma coisa toda hora.
Não faltaram histórias de horror nas respostas ao tuíte. Como a da psicóloga que, além de recomendar uma abordagem charlatanesca, ainda concluiu com um conselho saído do século retrasado:
Ou a da terapeuta que se valeu das informações confidenciais FINANCEIRAS da pessoa:
Claro que apareceram relatos de homofobia, um problema bastante discutido dentro da própria comunidade de profissionais.
E não foi só, ainda teve profissional que sugeriu a uma pessoa que estava com problemas financeiros doar seus gatos como solução. E terapeuta que respondeu "ah, não!" quando a pessoa trouxe um problema pela segunda vez. E outro que começou a DORMIR no meio das sessões. Ok, até aqui parece até um roteiro de sitcom com psicólogos caricatos. Mas aí teve a profissional que realmente parece ter trabalhando para tirar por completo a sanidade e o equilíbrio que restavam em alguém já fragilizado.
Os palpites para como terminar com um terapeuta também foram dos mais variados, indo do seja sincera até os relatos de quem simplesmente mandou uma mensagem avisando que nunca mais ia. Ou quem não tenha dito nada, apenas sumido.
Flavio Voight, psicólogo e conselheiro de ética do CRP-PR e autor da página Ruim da Cabeça, sugere primeiro tentar discutir com o profissional o que estiver incomodando. "Não é impossível algum comentário feito pelo terapeuta gerar desconforto – apesar de ser uma relação terapêutica, ainda são duas pessoas e algumas dificuldades de comunicação podem acontecer", diz ele. Uma conversa que contemple o problema pode ser de grande ajuda para o processo terapêutico, inclusive.
Mas se o comentário tem viés preconceituoso ou desrespeita a autonomia do paciente, você pode fazer uma denúncia ao Conselho Regional de Psicologia do estado onde o profissional atua. Os sites dos CRPs costumam ter links com orientações passo a passo do que fazer, e as denúncias podem ser anônimas.