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Novas políticas da Meta miram conservadores, mas afetam todo mundo

O que está por trás das recentes decisões da Meta de acabar com fact-checking e tirar proteções contra grupos minorizados

Novas políticas da Meta miram conservadores, mas afetam todo mundo
Arte: Rodolfo Almeida
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Essa reportagem foi produzida em parceria com a newsletter Meio e originalmente publicada no sábado, 11.jan.2025. Por ser um conteúdo premium, ela está disponível na íntegra apenas para assinantes tanto do Núcleo quanto do Meio.

Mark Zuckerberg vestia uma corrente dourada, camiseta preta e um relógio de US$ 900 mil ao gravar um vídeo no qual anunciou mudanças profundas na forma como a Meta lida com desinformação em suas plataformas.

Pelo tamanho e escala da Meta, o anúncio de que o maior conglomerado de redes sociais do mundo vai encerrar seu programa de checagem terceirizada de fatos, inicialmente nos EUA, pode ter implicações profundas na forma como 3 bilhões de usuários diários ativos interagem no Instagram, no Facebook e no Threads — inclusive no Brasil.

A ideia da Meta é substituir essas checagens, inicialmente nos EUA, por um modelo que utiliza verificações feitas pelos próprios usuários, similar ao que faz o X (antigo Twitter) com suas Notas da Comunidade.

Embora seja um modelo interessante de colaboração entre pessoas, é também um sistema que deveria ser, no máximo, complementar à checagem profissionalizada feita por jornalistas, considerando que estudos mostram resultados bastante limitados no combate à desinformação (quando conseguem comprovar alguma correlação).

Quando o programa de checagem começou, lá em 2016, logo após a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, a Meta estava sob fogo por causa do caso Cambridge Analytica. Nesse escândalo, informações de mais de 50 milhões de usuários do Facebook foram utilizadas sem autorização para fazer propaganda política. A empresa fazia parte da campanha do então candidato à presidência dos EUA, Donald Trump.

A Meta foi condenada múltiplas vezes pelo caso e estabeleceu o programa de checagem de fatos como tentativa de recuperar os danos de imagem que sofreu, além de reestabelecer parte da confiança perdida com público e autoridades americanas. O programa já dura 8 anos, e foi frequentemente renovado e publicizado pela Meta como um bom modelo.