É só o começo do influencer canastrão na política

Antigamente políticos se candidatavam para cargos executivos para ganhar alguma notoriedade, mas agora a moda é ganhar popularidade digital para vender cursos
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Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e Tabata Amaral possuem vários defeitos como políticos carreiristas, mas uma coisa positiva se pode dizer sobre eles: não são influenciadores canastrões cujo único objetivo é fazer cortes para redes sociais e hitar (embora suas campanhas façam uso desse recurso).

Esses políticos querem, de fato, ser prefeitos de São Paulo e, para isso, recorrem a vídeos no Instagram e 'lacradas' no Twitter (que me recuso a chamar de X) a fim de ganhar popularidade e likes. É um recurso de comunicação, por mais tosco que seja.

É aí que mora a diferença deles com Pablo Marçal, coach que ficou famoso nas redes por seu jeito obtuso de tratar pessoas e encarar a vida – e que ganhou muito dinheiro com isso.

Marçal aparentemente não tem a real intenção de ser prefeito de São Paulo.

Ele quer somente tocar fogo no parquinho para ganhar mais seguidores e engajamento nas redes, aumentando, assim, a popularidade de seus cursos, nos quais as pessoas gastam muito dinheiro para escutar suas cascatas e comprar seus materiais.

O fato dele estar ativamente promovendo sua candidatura como se fosse um curso livre, mendigando engajamento e oferecendo recompensas, mostra isso. Não é à toa que o Ministério Público Eleitoral pediu a suspensão de sua candidatura por impulsionamento pago irregular.

"O abuso do poder econômico e a omissão do dinheiro desempenhado para os pagamentos e impulsionamento de tais publicidades... depõem desfavoravelmente ao registro de candidatura do representado, em face do financiamento não declarado de campanha, fato que compromete sistematicamente as contas a serem analisadas", diz o MPE.

Com a popularização de influencers, é inevitável vermos cada vez mais essas figuras se candidatando a cargos executivos (no Legislativo isso já é realidade há anos), em um processo no qual a vitória desse tipo de candidato é uma consequência ocasional, não o objetivo.

Afinal, é uma boa plataforma de divulgação para eles furarem suas bolhas e crescerem em notoriedade, especialmente quando desrespeitam regras e tumultuam momentos sérios com suas palhaçadas – um material irreverente e polêmico, do jeito que as redes sociais adoram.

Antigamente, muitos políticos astutos se candidatavam para cargos executivos a fim de ganhar alguma notoriedade e serem competitivos em cargos legislativos. Agora a moda é ganhar notoriedade não para fins políticos, mas sim para conquistar popularidade digital e vender cursos.

Pablo Marçal era só um coach obscuro antes de ser candidato a presidente em 2022. Agora, a imprensa e as redes não param de falar dele. De certa forma ele já ganhou o que queria nessas eleições.

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