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A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 314
bloqueios contra jornalistas por autoridades no Twitter, segundo levantamento divulgado pela associação nesta terça-feira (10.jan). Quem lidera os bloqueios é o presidente Jair Bolsonaro, que vetou 81
jornalistas de acompanharem seu perfil.
De dezembro, quando havia sido divulgado o último levantamento, para cá, houve um aumento no número de bloqueios – 264
na ocasião.
Nos dados divulgados nesta terça-feira, a Abraji relatou 314 bloqueios contra 151 jornalistas perpetrados por 41 autoridades.
É importante porque…
- Especialistas alertam que bloqueio viola princípios de transparência governamental
- Tratando-se de jornalistas bloqueados, cabe também uma discussão sobre liberdade de imprensa
- Twitter disse que decisão de autoridades de bloquear é prerrogativa de usuários que aderem à rede
O Twitter disse ao Núcleo que não interfere na decisão de autoridades de bloquearem usuários, já que esse recurso é prerrogativa de quem usa a rede social e é uma situação que não se desenrola pelo Twitter, mas sim por pessoas que utilizam a plataforma.
"As decisões [das pessoas] sobre como usar as plataformas e as ferramentas que criamos – e vamos lembrar que as ferramentas que o Twitter cria são para salvaguardar a experiência das pessoas usando o Twitter – e uma delas é a capacidade de apenas não ter conversas com pessoas com quem você não quer ter", disse Hugo Rodriguez Nicolat, diretor de Políticas Públicas do Twitter na América Latina, em entrevista ao Núcleo em dezembro.
"Nem todo mundo quer participar de conversas públicas, nem todo mundo quer ver a conversa pública. Essa é uma prerrogativa que eles possuem", disse.
Nicolat reconheceu, entretanto, que o tema é suscetível ao debate quando se trata de discurso público.
Aliados de Bolsonaro e membros do seu governo lideram os bloqueios a jornalistas, de acordo com os dados da Abraji. As cinco autoridades (ou ex-autoridades) que mais bloquearam jornalistas foram:
- Bolsonaro;
- o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub;
- o secretário Especial da Cultura Mário Frias;
- vereador Carlos Bolsonaro(Republicanos-RJ);
- e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).