Em uma pesquisa sobre desinformação em grupos relacionados a QAnon
Teoria conspiratória surgida em 2017 que alega que boa parte da elite política dos EUA é dominada por pedófilos traficantes de crianças -- é sério, leia mais sobre isso aqui.
, a historiadora norte-americana Lara Putnam descobriu três dezenas de grupos abertos que promoviam exploração sexual explícita de crianças, totalizando mais de 80 mil
inscritos.
Em fevereiro, o Núcleo publicou uma investigação na qual encontrou diversos grupos brasileiros com dezenas de milhares de inscritos que promoviam abuso sexual infantil. Após a reportagem, o Facebook removeu os grupos.

O relato dessa professora da Universidade de Pittsburgh foi publicado na revista Wired no domingo (13.mar) e jogou mais luz sobre um problema sério que perdura na plataforma.
"Não era mais um fórum ilegal do 8Chan. Era algo abertamente encontrável no Facebook", descreveu Putnam.
"Óbvio que eu reportei o grupo que acidentalmente descobri. Utilizei o próprio sistema da plataforma do Facebook, marcando-o como 'nudez ou atividade sexual' que 'envolve uma criança'. Uma resposta automatizada veio dias depois. O grupo havia sido inspecionado e não violava qualquer 'padrões específicos de comunidade'".
Putnam então tuitou sobre o assunto e foi atrás de pessoas que poderiam ter acesso a funcionários do Facebook, assim como jornalistas, ao passo que continuava a denunciar novos grupos que encontrava. Mas, ao fazer isso, o algoritmo do Facebook passava a recomendar mais grupos do tipo para ela.
Leia o relato (em inglês):
