Um ex-funcionário do Twitter foi considerado culpado, na terça-feira (9.ago.22), de ter espionado usuários da rede social para a Arábia Saudita. Ahmad Abouammo usou sua posição na empresa para espionar críticos do regime saudita em troca de presentes, segundo o New York Times.
O QUE ACONTECEU? Ahmad Abouammo fazia parte do time global de mídia do Twitter, ajudando figuras proeminentes no Oriente Médio e no Norte da África a promoverem suas contas.
Em 2019, Abouammo foi preso por acusações de espionagem junto com outros dois funcionários do Twitter. Ele aproveitou sua função na empresa para acessar os endereços de e-mail, números de telefone e datas de nascimento de usuários críticos ou dissidentes para o governo saudita entre novembro de 2014 e maio de 2015.
De acordo com o julgamento realizado em São Francisco (EUA), ele trocava informações por presentes ou dinheiro, chegando a receber um relógio de Mohammed bin Salman, príncipe da Arábia Saudita. Os promotores afirmam que Abouammo recebeu mais de U$ 300 mil para repassar informações de um usuário anônimo para a Arábia Saudita.
CONDENAÇÃO. Abouammo foi acusado de fraude, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e por agir como um agente de um governo estrangeiro sem revelar esse trabalho de forma explícita. Ele pode ter uma pena de 10 a 20 anos.
Outro funcionário acusado, Ali Alzabarah, engenheiro de confiabilidade do Twitter, fugiu para a Arábia Saudita em 2015, após seus chefes descobrirem que ele estava acessando indevidamente os dados de mais de 6.000 usuários.
RESPOSTA DA EMPRESA. Uma porta-voz do Twitter disse ao New York Times que a empresa cooperou com as autoridades policiais durante o julgamento e notificou usuários possivelmente afetados.