O TikTok está se tornando um problema tão grande quanto Facebook e Twitter em termos de desinformação antes das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, mostrou uma reportagem do New York Times publicada no domingo (14.ago).
As eleições de meio mandato, que ocorrerão em novembro, marcam a metade do mandato de 4 anos do presidente norte-americano. No âmbito federal, os cargos que disputam eleições são as 435 cadeiras da Câmara dos Deputados e 33 ou 34 das 100 cadeiras do Senado dos Estados Unidos.
Algoritmo brutal: Segundo a reportagem, as mesmas qualidades – alcance gigantesco, duração curta de vídeos e algoritmo poderoso – que permitem que o TikTok impulsione os vídeos de dança, também tornam mais difícil de conter alegações imprecisas, incluindo fraude eleitoral na votação.
Diferente, só que não: O NYT identificou que a hashtag #StopTheSteallll, uma versão burlada da hashtag #StopTheSteal (Pare o Roubo, na tradução livre), tinha quase 1 milhão
de visualizações antes de ser desabilitada pela empresa após o contato do NYT.
A hashtag original já estava desabilitada no TikTok depois de ser usada para impulsionar teorias conspiratórias sobre fraude nas eleições de 2020 e virar praticamente o mote da invasão ao Capitólio, em 6.jan.2021.
Dificuldade acentuada: Se moderar desinformação já é desafiador por questões de discurso e liberdade de expressão, fazer essa moderação em conteúdo de áudio e vídeo é ainda mais difícil.
Também há dúvidas, segundo o NYT, se o fato da empresa proprietária do TikTok ser chinesa acarreta em interferências políticas de Pequim nas decisões sobre dados e moderação.
Não é só nos EUA: As eleições de meio mandato nos EUA não serão as primeiras a serem atravessadas pelas controvérsias do TikTok.
A reportagem cita casos na Alemanha, Colômbia, Filipinas, França e as recentes eleições no Quênia, que foram chamadas por um pesquisador da Mozilla de "primeiro teste real do TikTok na África".
Na avaliação do pesquisador, o app falhou em conter desinformação e está seguindo os passos de plataformas como Facebook e Twitter em lugar de aprender com seus erros.