A Meta tirou do ar duas redes de operação de influência – uma originada na China e outra, na Rússia – por violarem sua política de comportamento inautêntico coordenado, anunciou a empresa na terça-feira (27.set.2022).
Essas redes não tinham relação entre si e operavam em múltiplas plataformas além das que pertencem à Meta. A empresa disse que alertou outras empresas de tecnologia, pesquisadores de segurança, governos e agências de segurança para que elas também possam agir.
CHINA. A rede com origem na China e tinha como alvo usuários nos Estados Unidos, República Tcheca e falantes das línguas inglesa e francesa ao redor do mundo. Essa rede, que teve baixa atividade, operou em 4 'ondas' entre o 2º semestre de 2021 e meados de set.2022.
- Objetivo: Segundo a Meta, nos EUA foram alvos tanto pessoas alinhadas ao partido Democrata quanto ao partido Republicano. Já na República Tcheca, os a campanha foi contra o governo.
- Redes: essa operação de influência aconteceu no Facebook, Instagram, Twitter e dois sites de abaixo-assinado tchecos.
- Novidade: segundo a Meta, essa foi a primeira derrubada de uma operação de influência chinesa que tinha o objetivo de influenciar a política doméstica dos EUA (as eleições de meio de mandato ocorrem em nov.2022). O mais comum são operações que visam criar uma imagem crítica dos EUA perante o público estrangeiro.
RÚSSIA. Diferente da rede chinesa, a operação russa derrubada pela Meta funcionava em larga escala. Originária na Russa, essa rede tinha como alvo usuários na Alemanha principalmente, mas também França, Itália, Ucrânia e Reino Unido com narrativas focadas na guerra da Ucrânia.
- Método: Desde maio deste ano, cerca de 60 sites foram criados para se passar por sites de veículos jornalísticos europeus como os alemães Der Spiegel, Bild e o inglês The Guardian. Esses sites ilegítimos publicavam artigos com críticas à Ucrânia, refugiados da guerra, em favor da Rússia e com argumentos de que sanções à Rússia teriam efeito reverso.
- Outras redes: os artigos publicados nestes sites, além de memes e vídeos de Youtube, eram impulsionados em várias plataformas, incluindo FB, Instagram, Telegram, Twitter e sites de abaixo-assinado. O conteúdo chegou a ser disseminado em dado momento pelas páginas de Facebook de embaixadas russas na Europa e Ásia.
- Reincidência: segundo a Meta, ao passo que a investigação caminhava, os domínios destes sites foram sendo bloqueados, mas novos domínios surgiam no lugar.
- Jornalismo: a investigação da Meta começou depois de uma reportagem do site alemão t-online, que tratava de uma parte desta rede.
- Força bruta: essa operação é a maior e mais complexa de origem russa a ser derrubada pela empresa desde o início da guerra na Ucrânia. Segundo a Meta, a operação demonstrou uma "combinação incomum de sofisticação e força bruta".