Documentos internos da Meta, obtidos pelo Wall Street Journal, mostram um cenário desanimador do Horizon Worlds, o ambiente virtual/metaverso da empresa.
O QUE HOUVE? A Meta havia definido como objetivo para 2022 chegar a 500 mil usuários mensais ativos no Horizon Worlds (HW).
Faltando pouco mais de dois meses para o fim do ano, o objetivo foi revisado para baixo, 280 mil, mas o número real de usuários mensais está abaixo de 200 mil.
Essa base de usuários ativos vem encolhendo. Em fevereiro de 2022, última vez que a Meta divulgou dados públicos do HW, eram 300 mil usuários ativos.
Há outros números ruins:
- A maioria dos novos usuários desiste de frequentar o HW após o primeiro mês.
- Apenas 9% dos mundos (ambientes) criados por usuários já foi visitado por mais de 50 pessoas. A maioria nunca foi visitada.
- As equipes da Meta têm dificuldade até para encontrar voluntários para pesquisas de satisfação. Uma delas, mencionada nos documentos, ouviu apenas 514, que os pesquisadores definiram como uma base “pequena e preciosa”.
PROBLEMAS TÉCNICOS. Na pesquisa, os usuários reclamaram da dificuldade de encontrar “mundos” legais e pessoas para interagir.
Também disseram que os avatares não parecem reais e que a ausência de pernas incomoda. Avatares com pernas foi um dos destaques da Meta Connect. A promessa é de que o recurso chegará em breve ao Horizon Worlds.
Repórteres do WSJ que experimentaram o metaverso da Meta não tiveram experiências agradáveis, segundo a matéria do jornal.
Uma repórter mulher relatou ter sido assediada em um “mundo” de comédia, onde havia cerca de 20 avatares quando ela estava presente.
Outro repórter caiu na piscina e não conseguiu sair. Para piorar, não havia ninguém no “mundo” onde ele estava para ajudá-lo.
Em um dos documentos vistos pelo jornal norte-americano, a Meta resume a situação assim:
Um mundo vazio é um mundo triste.
O QUE MAIS? Não é só o Horizon Worlds que sofre para manter o interesse da audiência. Outras plataformas de metaverso, como Decentraland e The Sandbox, também apresentam números baixíssimos.
Via Wall Street Journal (em inglês).