Dois dias após os ataques em Brasília, os grupos bolsonaristas nas redes sociais parecem ter dificuldade de adotar uma mensagem unificada.
Embora a teoria falsa de que petistas infiltrados foram responsáveis pela depredação nas sedes dos três poderes tenha ganhado alguma tração no WhatsApp e no Telegram, os golpistas ainda não têm uma narrativa coesa, e ideias que aparecem têm pouca tração, especialmente após após a prisão de mais de 1.000 pessoas que participaram de atos antidemocráticos.
Entre segunda-feira (9.jan) e esta terça (10.jan), publicações no Telegram, no TikTok e no Gettr pediam "greve geral" sem, no entanto, uma data específica e sem muito sucesso para conseguir ampla adesão.
Outra postagem, uma imagem convocando uma “Mega Manifestação Nacional pela Retomada do Poder”, diz que está prevista para ocorrer em todas as capitais nesta quarta-feira (11) às 18h, inclusive em Brasília, um ato "gigante".
A tração dessas mensagens, porém, era pequena até a noite desta terça-feira (10.jan), segundo monitoramento do Núcleo.
A coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo, informou que a Advocacia-Geral da União (AGU) detectou uma nova ameaça de protestos golpistas, organizados por grupos extremistas em todo o país, após identificar essa imagem nas redes sociais.
Ainda segundo a publicação, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) após o alerta da AGU.
Publicações pedindo que as refinarias parem também são encontradas nos grupos golpistas em diversas redes.
Vídeos com símbolo do canal "Terça Livre" que circulam no Tik Tok também incitam uma ampla paralisação.
As mensagens com a tentativa dos bolsonaristas de tentar se desvincular das depredações foram apontadas pela Folha de S.Paulo e confirmadas pelo monitoramento do Núcleo.