Um canal extremista no Telegram, monitorado pelo Núcleo, discutiu promover mais incidentes como aqueles realizados a contra torres de energia em Rondônia e no Paraná, na madrugada desta terça-feira (10.jan).
Não é possível avaliar a credibilidade dessas ameaças, especialmente por serem feitas por perfis anônimos, mas após os ataques contra a democracia em 8.jan.2023, que resultaram na depredação do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto, é importante trazer à tona informações desse tipo de monitoramento.
Para não promover esses grupos e indivíduos, o Núcleo optou por borrar os prints de tela tirados do canal, de orientação neonazista. Também compartilhamos o canal e as mensagens (já apagadas) com pesquisadores em extrema-direita que possuem contato com a Polícia Federal, para que o caso possa ser investigado.
O Ministério de Minas e Energia (MME) montou um gabinete de crise para investigar os incidentes às torres e refinarias ao redor do Brasil. As ocorrências ainda estão sendo avaliadas e não podem ser chamadas de atentados, reportou o jornal Folha de S. Paulo.
MONITORAMENTO. Às 15h48 de 10.jan.23, o canal encaminhou uma mensagem em inglês de um outro canal neonazista com mais de 10 mil inscritos noticiando o ataque.
Nos comentários da mensagem original, usuários alertam para não compartilharem planos de ataque pelo Telegram, e aconselham o uso do navegador Tor, um software livre que garante comunicação anônima e privada.
Após compartilhar a notícia, o canal assume a responsabilidade pelo ataque (provavelmente mentira).
Poucos minutos depois, a mensagem foi deletada e membros pediram para que o canal fosse tornado privado. O Núcleo capturou a mensagem.
DENÚNCIAS PRÉVIAS. Em novembro, o Núcleo noticiou que este mesmo canal neonazista estaria compartilhando receitas de bombas caseiras. A reportagem também denunciou que canais de extremistas brasileiros estariam compartilhando mensagens semelhantes e em defesa de supremacistas brancos.