Uma nova pesquisa que entrevistou 810 motoristas da Uber e Lyft no estado da Califórnia, Estados Unidos, apontou que as empresas estão banindo contas de pessoas não brancas desproporcionalmente. Ao mesmo tempo, os motoristas dizem ser mais impactados por avaliações de usuários e sofrem penalizações até mesmo se houver uma leve queda em suas notas de avaliação.
Eles também relataram experiências de discriminação racial, xenofobia, além de assédio moral e sexual por parte dos passageiros.
O relatório foi elaborado pelo sindicato Rideshare Drivers United (RDU) e pela Asian Americans Advancing Justice — Asian Law Caucus (ALC), uma organização de direitos civis com foco na população asiática.
COMO ASSIM? Segundo o documento, a Uber e Lyft costumam desativar contas de prestadores de serviço por questões banais, como uma leve queda na nota de avaliação do motorista. Dois terços dos motoristas entrevistados tiveram contas desativadas, com 69%
deles sendo não brancos e 57%
brancos.
Além disso, 30%
dos entrevistados não receberam explicações do porquê tiveram suas contas desativadas, enquanto 42%
dos motoristas disseram que o banimento foi motivado por reclamação dos usuários.
Há um impacto significativo na vida desses motoristas por conta das ações das plataformas: 86%
dos motoristas atravessaram dificuldades econômicas após terem contas banidas e 12%
chegaram a perder suas casas.
ASSÉDIO. A pesquisa também identificou que os motoristas desses aplicativos sofrem frequentemente com comportamentos inadequados dos usuários, como ameaças, discurso de ódio e assédio sexual.
Metade dos motoristas disseram ter sofrido discriminação, seja por racismo ou xenofobia. Um quarto deles fizeram denúncias às plataformas, mas apenas 3%
disseram que suas queixas foram de fato investigadas e solucionadas pela Uber e Lyft.
Ao mesmo tempo, 43%
dos motoristas de todos os gêneros disseram sofrido assédio sexual e um em quatorze desses também relataram ter passado por alguma experiência de abuso sexual enquanto trabalhavam.