Meta e União Europeia chegaram a um acordo sobre mudanças na política de privacidade do WhatsApp.
CONTEXTO. No início de 2021, a Meta atualizou a política de privacidade do WhatsApp para liberar conversas sem criptografia de ponta a ponta entre usuários e empresas.
A comunicação foi péssima e o prazo dado para o aceite, curto. Pior: a princípio, quem não aceitasse os novos termos perderia o acesso ao WhatsApp.
Após forte reação pública, no mundo inteiro, a Meta voltou atrás e permitiu o uso por tempo indeterminado do aplicativo por aqueles que não aceitaram os novos termos, mas até hoje mostra, todos os dias, uma tela pedindo essa aceitação.
O QUE HOUVE? Na época, órgãos da União Europeia questionaram a mudança e se a Meta usava meta dados do WhatsApp, que não são criptografados de ponta a ponta, em suas outras propriedades (Facebook e Instagram, por exemplo).
Após muita enrolação, a Meta concordou em rever suas práticas no continente.
Pelos termos do acordo, quando alterar sua política de privacidade, o WhatsApp terá que explicar, de modo compreensível, o que muda para o usuário.
Além disso, terá que oferecer aos usuários a possibilidade de rejeitarem as mudanças e, para esses, não ficar mostrando a mesma tela de aceite indefinidamente.
Não se sabe, ainda, se essas mudanças valerão para o resto do mundo. Núcleo questionou a assessoria do WhatsApp no Brasil e aguarda resposta.
Atualização (13h20): Em resposta ao Núcleo, a assessoria do WhatsApp no Brasil disse que não comentará se os novos termos para alterações na política de privacidade do aplicativo na Europa valerão para o Brasil.
DADOS. A Meta também afirmou que não compartilha dados pessoais dos usuários do WhatsApp com empresas externas ou outras da Meta, incluindo o Facebook, para fins de publicidade.
Não está claro, ainda, se a União Europeia apenas aceitou a palavra da Meta ou se houve ou haverá algum tipo de auditoria.
Atualização (13h20): Na mesma resposta, a Meta se negou a responder se, no Brasil, os dados pessoais de usuários do WhatsApp são compartilhados com o Facebook e o Instagram para fins de publicidade. Em vez disso, enviou três links (um, dois, três). A julgar por eles, esse compartilhamento é feito.
Via Reuters, TechCrunch (ambos em inglês).