Dentre os vários profissionais desligados na mais recente demissão coletiva da Meta que se despediram, via LinkedIn, nesta quarta-feira (24.mai.2023), destacou-se o nome de um executivo que trabalhou para tentar conter o efeito da desinformação no WhatsApp entre 2018 e 2020.
Ben Supple foi chefe da área global de eleições e governo até 2020, responsável por definir a estratégia de integridade cívica do WhatsApp. Desde então servia como chefe global para parcerias do setor público e do terceiro setor para os serviços de mensagens da Meta.
TRABALHO EM ELEIÇÕES. Segundo seu relato no LinkedIn (que usa a hashtag #metalayoffs), Supple foi a segunda pessoa contratada da área de políticas do WhatsApp, em 2017.
"Como o primeiro líder de eleições do WA, viajei para 12 países em 2019, navegando grandes eleições na Índia, no Brasil, na Indonésia etc., servindo como o embaixador da empresa para partidos políticos, comissões eleitorais e organizações da sociedade civil globalmente, e criando um agora global programa de checagem de fatos", escreveu.
NOTA DO AUTOR. Encontrei com Supple em São Paulo em 2019 para conversar sobre como o WhatsApp poderia ajudar jornalistas na luta contra a desinformação. Minha pesquisa gerou um relatório sobre o assunto, e Supple forneceu alguns insights sobre o lado do aplicativo.
CONTEXTO. Desde nov.2022 a Meta anunciou a demissão de mais de 20 mil funcionários, em um momento no qual a empresa busca readequar sua estrutura em vista de uma "nova realidade econômica", na qual tenta ter mais rentabilidade e eficiência (embora os lucros continuem acontecendo em patamares bilionários).
A companhia já perdeu US$ 13,7 bilhões apenas em 2022 em sua tentativa de transformar o metaverso em algo que as pessoas queiram usar.
No final de set.2022, a empresa reportou ter pouco mais de 87 mil funcionários em todo o mundo.
