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Diversos perfis no Instagram promovem abertamente encomendas e compras de conteúdo com pornografia infantil, de acordo com uma investigação de pesquisadores de Stanford reportada pelo jornal The Wall Street Journal.
Segundo a apuração, o algoritmo do Instagram chegou a promover esse tipo de crime, conectando pedófilos e levando-os para quem vende conteúdo com abuso sexual infantil – algo proibido tanto pelas regras de uso da Meta quanto por leis federais nos EUA e no Brasil.
Leia aqui a investigação do WSJ (em inglês/com paywall)
Em fev.2022, o Núcleo publicou uma investigação sobre como grupos de exploração sexual infantil com milhares de membros compartilhavam mensagens e imagens abertamente no Facebook.
MÉTODO. A investigação descobriu que, em vez de vender material proibido abertamente nos feeds, os criminosos publicavam as imagens e vídeos em "menus" de conteúdo – com alguns perfis convidando compradores a encomendarem coisas específicas.
Alguns desses menus incluíam conteúdos de crianças se auto-mutilando e até em atos sexuais com animais.
PEQUENA EQUIPE, GRANDES DESCOBERTAS. A descoberta foi feita por pesquisadores do Stanford Internet Observatory, uma organização vinculada à universidade de Stanford que pesquisa assuntos de internet, inclusive segurança.
"O fato de que uma equipe com três acadêmicos, com acesso limitado (aos dados da plataforma), possa encontrar uma rede tão ampla deve disparar os alarmes da Meta", disse Alex Stamos, que lidera o observatório e ex-chefe de segurança da Meta até 2018.
RESPOSTA DA META. Em resposta ao jornal, a Meta reconheceu problemas com a aplicação de suas regras e disse ter criado uma força-tarefa interna para tratar das questões levantadas pela reportagem.