Com frequência, a Meta lança ferramentas e alardeia ações para remediar o impacto dos seus produtos em menores de idade.
Documentos revelados em uma ação ajuizada pelo estado de Massachusetts, mostram que, nos bastidores, o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, é bem menos sensível ao problema.
O QUE HOUVE? Os documentos, segundo a CNN norte-americana, mostram Zuckerberg atrasando decisões e rejeitando propostas para tornar os produtos menos nocivos a menores.
Em 2019, por exemplo, o CEO vetou a remoção de “filtros de beleza” no Instagram.
Meses depois, em abril de 2020, ele justificou a decisão dizendo que havia “demanda” por tais filtros e que “nenhum dado” sugeria que os filtros fossem danosos.
Executivos nas fileiras abaixo do CEO, das áreas de comunicação, marketing e políticas, eram favoráveis à remoção dos filtros.
Margaret Gould Stewart, vice-presidente de design de produto, escreveu ao chefe:
Eu respeito sua decisão e vou apoiá-la, mas apenas para constar, gostaria de dizer que não acho que seja a decisão certa, dados os riscos… Espero que daqui a alguns anos, olhemos para trás e nos sintamos bem com a decisão que tomamos aqui.
OUTROS CASOS. Em agosto de 2021, Nick Clegg, presidente de assuntos globais da Meta, pressionou Zuckerberg para fazer investimentos adicionais para fortalecer a posição da empresa em bem-estar digital.
Novamente, Zuckerberg atrasou uma decisão e rejeitou a proposta, desta vez alegando que as equipes da empresa estavam muito ocupadas para assumir novas demandas.
Por fim, uma apresentação interna de 2020 descrevia como o Instagram atende aos desejos de adolescentes por “novidades” com “uma dose de dopamina” via notificações intermitentes.
Essa estratégia transmitiria uma sensação de que “aprovação e aceitação que são grandes recompensas para adolescentes”.
Via CNN (em inglês).