Alguém com muito tempo livre enviou um total de 275
pedidos de acesso à informação a ministérios, estatais, hospitais, universidades e qualquer outro órgão que tenha algo a ver com o governo federal, a fim de saber se eles usam softwares de inteligência artificial.
Os pedidos foram feitos ao longo de mai.2023 e é possível consultá-los com suas respectivas respostas na página da Controladoria-Geral da União.
MALUQUICE DO BEM. O saldo do esforço é um prestativo serviço público: pelas respostas, muitas pastas e órgãos estratégicos que poderiam se beneficiar da tecnologia não usavam absolutamente nada de IA em pleno 2023.
O atraso incluía:
- a estatal Amazul, que produz um submarino atômico e desenvolve o programa nuclear brasileiro ligado à Marinha;
- hospitais universitários;
- e ministérios, como os do Meio Ambiente e de Minas e Energia.
De acordo com as respostas, por exemplo, o mais perto que a Fundação do Índio (Funai) chegou de um software com IA foi a vez que uma terceirizada do suporte de TI colocou um chatbot para atender demandas dos servidores.
DÚVIDAS-PADRÃO. Todos os pedidos seguiam um mesmo roteiro de perguntas:
- 1) A instituição faz uso de softwares de inteligência artificial?
- 2) Quais são os softwares utilizados? (informar nome, fornecedor e versão)
- 3) Os softwares são utilizados somente para processos internos, somente para atendimento ao público ou para ambos?
- 4) Houve melhoria na produtividade e/ou redução de gastos com o uso de inteligência artificial? Pode mencionar os casos relacionados?
- 5) Há uma política interna para o uso de inteligência artificial? (Indicar documento, se for de acesso público)
- 6) Caso a resposta a pergunta anterior seja afirmativa, a política aborda questões éticas do uso de inteligência artificial?