O prazo para que as big techs adequem seus serviços e aplicativos ao Regulamento dos Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês) está se aproximando, e o WhatsApp detalhou como conversará com rivais.
CONTEXTO. O WhatsApp foi classificado como um dos serviços “gatekeepers” pela Comissão Europeia à luz do DMA.
Com isso, a Meta ficou obrigada a fazer ajustes para aumentar a competitividade no setor de atuação do app.
DETALHES. Detalhes do movimento foram dados à revista Wired, com falas de Dick Brouwer, diretor de engenharia do WhatsApp.
A princípio, a interoperabilidade abrangerá mensagens de texto, envio de imagens, áudios, vídeos e trocas de arquivos entre pessoas.
Ligações de áudio e vídeo e grupos ficaram para depois.
O recurso será opcional (“opt-in”).
Caso opte por conversar com pessoas em outros aplicativos, uma nova aba surgirá no WhatsApp — como se viu, em testes, em set.2023.
OK, MAS… Antes de sair conversando com gente no Signal, Telegram e outros, esses aplicativos terão que assinar um acordo e seguir os termos da Meta.
E isso talvez seja um grande problema, porque esses aplicativos terão que trocar dados com servidores da Meta e usar os protocolos de cliente-servidor do WhatsApp.
(Existirá a opção, segundo Brouwer, de usar um “proxy”, uma espécie de servidor intermediário, mas aumenta a complexidade e os custos.)
Uma porta-voz do Threema, aplicativo de mensagens suíço, disse à Wired que o sistema proposto pela Meta não alcança os padrões de segurança e privacidade, por isso o aplicativo não deverá conversar com o WhatsApp.
A revista perguntou a outros nove apps de mensagens quais os planos em relação ao WhatsApp. Só dois responderam, Snap e Discord, e disseram que não pretendem se integrar com o app da Meta.
Mesmo com os novos detalhes revelados, ainda há dúvidas sobre o funcionamento do recurso. Dúvidas que provavelmente só serão desvendadas quando o sistema for liberado, a partir de mar.2024.
Via Wired (em inglês).