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Em 13 anos, Disque 100 recebeu mil denúncias envolvendo aborto e internet

Neste ano, até 10 de junho, foram 41 denúncias à central do Executivo.

Em 13 anos, Disque 100 recebeu mil denúncias envolvendo aborto e internet

Desde 2011, o Disque 100, central de denúncias do Ministério dos Direitos Humanos, recebeu mais de 1.085 ocorrências envolvendo o ambiente digital e o crime de aborto.

O pico de denúncias aconteceu durante a pandemia, durante os anos de 2022 e 2020. Os dados foram obtidos pelo Núcleo por meio da Lei de Acesso à Informação.

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Denúncias que envolvem internet podem ter sido uma ocorrência contra um perfil ou grupo de WhatsApp, contra uma mulher que compartilhou uma história pessoal em suas redes sociais, entre outros possíveis cenários.

Além dos dados sobre aborto, o Núcleo também solicitou a quantidade de ocorrências de violações aos direitos reprodutivos envolvendo o ambiente virtual — sejam em sites, redes, apps, etc. Foram 14 casos registrados em 2020 e 1 em 2022. A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos mencionou ser possível haver uma ausência ou variação de dados para as denúncias feitas entre 2011 e 2020.

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Direitos reprodutivos
São direitos relacionados à liberdade de decidir sobre a reprodução, incluindo acesso a métodos contraceptivos, educação sexual e serviços de saúde. Se quiser se aprofundar sobre o tema, leia esta reportagem do Nexo a cartilha oficial do Ministério da Saúde.
Disque 100 tem mais de 12 mil denúncias de crimes sexuais em 13 anos
Há treze anos, o Disque 100 recebe duas ou mais denúncias diárias de crimes sexuais envolvendo a internet, incluindo casos como tráfico internacional de pessoas.

As discussões políticas sobre aborto se intensificaram nas redes brasileiras desde que o PL 1.904/24 foi apresentado na Câmara por deputados da oposição. O projeto, que já conta com 56 assinaturas, visa equiparar o aborto ao crime de homicídio e criminalizar o procedimento também em casos de estupro.

Na Meta, mais de 220 anúncios conservadores foram veiculados no Facebook e Instagram desde que o projeto foi entregue em maio, como mostrou reportagem do Núcleo.

Texto Sofia Schurig
Arte Rodolfo Almeida
Edição Alexandre Orrico

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Sofia Schurig

Sofia Schurig

Repórter com experiência na cobertura de direitos humanos, segurança de menores e extremismo online. É também pesquisadora na SaferNet Brasil e fellow do Pulitzer Center.

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