Pular para o conteúdo

EUA aprovam lei para remoção de deepfakes sexualmente explícitas

Legislação exige que plataformas digitais removam conteúdos com imagens sexuais não consensuais em até 48 horas – incluindo imagens geradas por inteligência artificial

EUA aprovam lei para remoção de deepfakes sexualmente explícitas

O Congresso dos EUA aprovou uma nova legislação que criminaliza o compartilhamento não consensual de imagens sexualmente explícitas, em um caso que deve ter repercussões na moderação de conteúdo também em outros países.

Na segunda-feira (28.abr.2025), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei conhecido como TAKE IT DOWN, que já havia sido aprovado no Senado norte-americano em fev.2025.

A lei agora segue para assinatura do Executivo. Ao falar ao Congresso em fevereiro, o presidente Trump disse esperar assinar o projeto e que usaria a lei para si, “porque ninguém é tratado pior do que eu on-line, ninguém.”

PRINCIPAL EFEITO. A legislação exige que plataformas digitais removam conteúdos com imagens sexuais não consensuais em até 48 horas – incluindo imagens geradas por inteligência artificial – utilizando sistemas automáticos para detecção.

O texto tem sido criticado por setores da sociedade civil que questionam a eficácia e a rapidez da remoção.

TEXTO ORIGINAL. O Núcleo resumiu o projeto de lei em cinco pontos:

IMPORTÂNCIA. Como notou o New York Times, essa é a primeira lei sobre conteúdo na internet aprovada pelos EUA desde 2018, quando parlamentares aprovaram uma lei para combater o tráfico sexual digital.

A legislação teve amplo apoio bipartidário, em um país no qual é difícil haver esse tipo de concordância parlamentar.

CRÍTICAS SOBRE CONTEÚDO. Organizações de direitos digitais e da sociedade civil americana criticam que o projeto, criado sob o argumento de proteger vítimas de deepfakes, pode abrir espaço para censura arbitrária.

A principal preocupação é a exigência de remoção de conteúdos em até 48 horas, sem previsão de recurso formal.

Especialistas em segurança e mais de 30 organizações também alertam que essa obrigação pode pressionar plataformas a enfraquecer ou quebrar a criptografia de ponta a ponta, comprometendo a privacidade dos usuários.

Edição Sérgio Spagnuolo
Sofia Schurig

Sofia Schurig

Repórter com experiência na cobertura de direitos humanos, segurança de menores e extremismo online. É também pesquisadora na SaferNet Brasil e fellow do Pulitzer Center.

Todos os artigos

Mais em Jogo Rápido

Ver tudo

Mais de Sofia Schurig

Ver tudo