"LUL22" e suposta ameaça: a estranha história do juiz Appio

O atual responsável pelos processos da Lava Jato foi afastado pelo TRF-4. Ele é suspeito de ameaçar o filho do ex-relator da operação. E usava um login em homenagem a Lula
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Nesta segunda-feira (22.mai), o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) determinou o afastamento temporário do juiz Eduardo Appio, atual responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Paraná.

A história é estranhíssima, mas vamos tentar sintetizá-la aqui.

Crítico dos métodos do ex-juiz Sergio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol, Appio chegou a usar o login "LUL22" no sistema da Justiça Federal — segundo ele, era um protesto contra a prisão do atual presidente da República, que ele considerou injusta.

Appio é suspeito, segundo a Polícia Federal, de ter ameaçado o advogado João Eduardo Barreto Malucelli por telefone, fazendo-se passar por um funcionário da Justiça Federal. João Eduardo é filho do ex-relator da Lava Jato no TRF-4, Marcelo Malucelli. Marcelo foi afastado em abril deste ano porque seu filho é sócio de Sergio Moro e de sua mulher, Rosangela Moro, em um escritório de advocacia.

João Eduardo filmou o momento em que recebeu a ligação. Peritos da PF consideraram alta a possibilidade de que a voz seja de Appio.

@metropolesoficial O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (#TRF-4) decidiu pelo afastamento cautelar do novo juiz da Operação #LavaJato, Eduardo Appio. E a medida foi tomada após perícia constatar alta probabilidade de ter sido o magistrado a fazer uma ligação telefônica, com ID não identificado, ao filho do desembargador Marcelo Malluceli. Isso porque o jovem, o advogado João Eduardo Malucelli, gravou um vídeo do momento em que recebeu a chamada, que classificou como de tom ameaçador. João Eduardo é sócio de #SergioMoro, senador e ex-juiz da Lava Jato. #tiktoknotícias #metrópoles ♬ som original - Metrópoles Oficial

Moro e Dallagnol comemoraram a decisão do TRF-4.

Críticos da dupla que protagonizou a Lava Jato apontam que o afastamento de Appio (mesmo que eventualmente justo) pode impedir que Rodrigo Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht, seja ouvido pela Justiça — Duran acusa Carlos Zucolotto, amigo de Moro, de ter pedido US$ 5 milhões para beneficiá-lo na Lava Jato, e que tanto o ex-juiz quanto Dallagnol sabiam da tentativa de extorsão.

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