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O segundo turno das eleições presidenciais está logo ali. O roteirista do Brasil, que acabou de escrever a cena em que um ex-deputado recebe a Polícia Federal com tiros de fuzil e granadas, está exausto.
Mas o ministro das Comunicações, Fábio Faria, tem mais uma carta na manga. Seria uma bala de prata? Meia-noite ele te conta.
Mentira: ele contou o segredo às 19h30 desta segunda-feira (24.out).
O "fato grave" era o seguinte: rádios do Nordeste estariam omitindo inserções do Bolsonaro, o que, logicamente, beneficiaria a candidatura do Lula.
A campanha do atual presidente enviou uma petição ao TSE sobre o assunto. E o ministro do STF Alexandre de Moraes, atual presidente do tribunal eleitoral, despachou rapidinho. Assim, muito rápido mesmo. Naquela mesma noite.
Segundo Moraes, "os fatos narrados na petição inicial não foram acompanhados de qualquer prova e/ou documento sério". Ele deu 24 horas para que a campanha do Bolsonaro enviasse as provas, sob pena de "instauração de inquérito para apuração de crime eleitoral".
Uma das empresas que fizeram a auditoria se chama Audiency. Ela fica em Florianópolis (SC), a quase 2.000 quilômetros do ponto mais ao sul do Nordeste, e se define como uma "plataforma completa para gerenciamento dos plays em rádios da sua música em tempo real".
Outra se chama Soundview, que, além de ficar um pouco mais perto do Nordeste — em Minas Gerais —, oferece um software pelo qual "é possível verificar se o plano de mídia está sendo cumprido".
Agora a bola está com a campanha do Bolsonaro.
Enquanto isso, opositores do atual presidente tiram sarro da iniciativa. Quem será que vai rir por último?