A prisão de Roberto Jefferson foi um show deprimente nas redes

O que teria acontecido se o ex-deputado fosse um homem negro? E por que um preso domiciliar tinha armas em casa? Bolsonaro tenta se descolar do ex-aliado

Ontem (23.out) foi um dos dias mais infames da história brasileira recente. Depois de ofender a ministra do STF Carmen Lúcia, Roberto Jefferson, ex-deputado federal e presidente de honra do PTB, atacou com tiros de fuzil e granadas agentes da Polícia Federal que foram à sua casa cumprir uma ordem de prisão determinada por Alexandre de Moraes.

No Twitter, o ministro do STF e do TSE chamou de "machistas e misóginas" as agressões contra a ministra.

O presidente Jair Bolsonaro rapidamente tentou se descolar do ex-aliado, chamando-o de "bandido" e "criminoso".

Bolsonaro havia dito, inclusive, que não tinha nem fotos com Jefferson, uma mentira com pernas bem curtinhas.

Em sua primeira manifestação sobre o caso, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro chamou o ataque de "sem noção".

Criticado pela suavidade do comentário, ele voltou ao Twitter duas horas depois. Alegou estar "fora do Brasil" e endureceu as críticas.

O (suposto) padre Kelmon, que havia substituído Roberto Jefferson como candidato à presidência pelo PTB, atuando como linha auxiliar da candidatura de Bolsonaro, participou das negociações para a rendição e entregou armas de seu colega de partido à polícia.

Na frente da casa do ex-deputado federal, bolsonaristas agrediram covardemente o cinegrafista Rogério de Paula, da afiliada local da rede Globo.

Um vídeo gravado dentro da casa de Jefferson mostra uma conversa muito, mas muito amistosa mesmo, com um policial federal, que chega a rir depois de o ex-deputado dizer que as granadas eram "de efeito moral".

Muitas pessoas se perguntaram o que teria acontecido com Roberto Jefferson se ele fosse um homem negro.

Questionaram também o fato de Jefferson ter armas em casa, considerando que ele estava em prisão domiciliar.

De fato, ele não podia, mas...

Apesar de agora quererem distância de Jefferson, Bolsonaro e seu entorno andavam bastante próximos de seu poste.

Nos últimos dias, o suposto padre participou da "super live de 22 horas" do presidente e ganhou de aniversário um vídeo superdescontraído da primeira-dama Michelle Bolsonaro e da ex-ministra Damares Alves.

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