Os aplicativos de entrega no Brasil vão de mal a pior no que diz respeito a condições trabalhistas, mostrou um relatório do Fairwork Brasil divulgado nesta terça-feira (17.mar).
É ✷ importante ✷ porque...
Atingidos pelo desemprego, muitos brasileiros têm recorrido ao trabalho informal para sobreviver
No Brasil, número de trabalhadores no setor de delivery cresceu quase 980% entre 2016 e 2021, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
O Fairwork, projeto conjunto entre Oxford Internet Institute, University of Oxford e Berlin Social Science Centre, avaliou seis plataformas de entrega que operam no Brasil a partir de cinco princípios de trabalho justo:
- Remuneração justa;
- Condições;
- Contratos;
- Gestão;
- E representação.
iFood, 99, Uber, Get Ninjas, Rappi e UberEats, as seis principais plataformas a operar no Brasil, receberam uma nota cuja escala vai de 0 a 10. As que obtiveram a melhor nota – iFood e 99 –marcaram 2 pontos. Uber marcou 1 ponto, enquanto as demais ficaram com zero.

"As pontuações das plataformas mostram que, no mínimo, as plataformas digitais de trabalho vêm contribuindo para a manutenção e, provavelmente, para o agravamento das condições desiguais e precárias do mercado de trabalho brasileiro", notou o relatório.
O caminho para atingir condições dignas de trabalho para entregadores de aplicativos é longo. Os resultados para o Brasil são semelhantes aos vistos em outros países latino-americanos. Outros continentes, como África, Ásia e Europa já possuem plataformas com alta pontuação, explicou o Fairwork.