Telegram ainda não contatou agências de checagem no Brasil

Núcleo foi atrás de Aos Fatos, Lupa, Boatos.org, Estadão Verifica e Comprova -- nenhuma foi contatada pelo Telegram
Telegram ainda não contatou agências de checagem no Brasil
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Em sua resposta oficial ao Supremo Tribunal Federal, entre os vários pontos destacados pelo Telegram no combate à desinformação está o estabelecimento de "relações de trabalho com importantes organizações de checagem de fatos" no Brasil.

A resposta do Telegram deu a entender que a empresa estava em contato com agências de checagem, mas o aplicativo de mensagem ainda não fez nenhuma aproximação oficial com esses veículos até a tarde desta segunda-feira (21.mar).  

O Núcleo consultou as agências citadas na resposta (Aos Fatos, Lupa, Boatos.org) e entrou em contato com duas não citadas (Comprova e Estadão Verifica). Nenhuma recebeu qualquer comunicação da empresa, que tem sede nos Emirados Árabes e informou ao STF apenas no domingo (20.mar) ter constituído uma representação legal no Brasil.

Para melhor identificar essas postagens, estamos estabelecendo relações de trabalho com importantes organizações de checagem de fatos no Brasil, , como Agência Lupa, Aos Fatos, Boatos.org e outras.
Resposta do Telegram ao STF (20.mar.2020)

"Esperamos que essa cooperação nos permita não apenas marcar postagens específicas como potencialmente contendo desinformação, mas também adicionar links para as isenções de responsabilidade que levarão a explicações completas dos fatos relevantes compilados pelas organizações de verificação de fatos".

Na sexta-feira (18.mar), tornou-se público que o ministro do STF Alexandre de Moraes havia determinado o bloqueio do aplicativo de mensagens no Brasil por conta do descumprimento de decisões judiciais. No mesmo dia, o CEO do Telegram, Pavel Durov, comunicou que houve uma "falha de comunicação" e que iria atender as demandas.

Por email, a Agência Lupa informou "está aberta ao diálogo para entender se há alguma possível ação de combate à desinformação na plataforma de mensagem."

O Aos Fatos informou que "em ocasiões anteriores, procuramos o Telegram para comentar reportagens sobre desinformação no aplicativo, mas nunca tivemos resposta."

CONTEXTO

Ponto a ponto das respostas do Telegram ao STF
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