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Após o ataque de radicais de extrema-direita ao Capitólio nos Estados Unidos em 6.jan.2021, boa parte dos políticos de direita viu no Telegram um refúgio viável para escapar da moderação das grandes plataformas de redes sociais.
O presidente Jair Bolsonaro entendeu isso cedo e tem colhido benefícios de sua estratégia de ampliação de canais.
RODANDO OS NÚMEROS. Dados de visualizações de mensagens no Telegram dos últimos oito meses nos canais de Bolsonaro e Lula, os principais candidatos à presidência nas eleições de out.2022, mostram que o canal do ex-presidente raramente supera a média de 20 mil views, enquanto os posts do atual oscilam em um número 10 vezes maior.
O mesmo acontece com o número de encaminhamentos, que também é cerca de 10 vezes maior para o canal de Bolsonaro.
O QUE MAIS? Os dados mostram também que houve um pico nos dois canais (Canal do Lula
e Jair M. Bolsonaro 1
) nas semanas de março em que o Telegram teve um pico de acesso motivado provavelmente pelo seu possível bloqueio pelo STF.
Uma boa notícia para Lula (~65 mil
seguidores ) é que, ao ajustamos essa métrica para a quantidade de seguidores, vemos que Bolsonaro (+1 milhão
de seguidores) tem uma taxa de visualização por seguidor um pouco menor do que a do adversário.
COMO FIZEMOS. Os dados foram captados pelo Monitor Nuclear, aplicação do Núcleo que acompanha políticos nas redes sociais, e foram agrupados por semana para atenuar potenciais desvios padrões. Os dados podem ser acessados aqui.