A Human Rights Watch (HRW) analisou características de privacidade (ou falta dela) de 164 produtos de educação à distância para crianças das chamadas “edtechs”, startups/empresas de educação com foco em tecnologia.
Esses produtos foram usados em 49 países (entre eles, o Brasil) para proporcionar educação à distância a crianças e adolescentes durante a pandemia de covid-19.
O QUE ROLOU? Os resultados são alarmantes: 146 das edtechs analisadas (89%) apresentaram práticas que colocam colocam em risco ou infringem os direitos dos menores de idade.
Ao todo, 290 empresas foram flagradas coletando, processando ou recebendo dados das crianças desde março de 2021 — incluindo as suspeitas habituais, como Meta e Google.
NO BRASIL. Aqui, nove edtechs foram avaliadas. Oito violavam a privacidade das crianças e um a colocava em risco. Da Folha de S.Paulo:
São eles: Estude em Casa, da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais; Centro de Mídias da Educação de São Paulo, da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo; Descomplica, Dragon Learn, Escola Mais, Explicaê, Manga High, Stoodi e Revista Enem — este último sendo o único que apenas coloca em risco os dados dos estudantes.
E AGORA? A HRW acusa os governos de terem aberto a torneira da vigilância de crianças a essas centenas de empresas.
Hye Jung Han, pesquisadora da HRW, disse em nota:
Ao falharem na garantia de que seus produtos de aprendizagem online recomendados protegessem as crianças e seus dados, os governos escancararam a porta para que empresas vigiem crianças na internet, fora do horário escolar e de modo profundo em suas vidas privadas.
A HRW espera que o estudo ajude os governos a adotarem leis de proteção de dados infantis modernas, a fim de proteger os menores de idade na internet.
Via Human Rights Watch (em inglês), Folha de S.Paulo.