A Apple anunciou nesta quarta-feira (6) uma nova ferramenta para proteger usuários visados por spywares. A ação é um contra-ataque à empresas de tecnologia como a israelense NSO Group, desenvolvedora do Pegasus, usado para espionar ativistas, jornalistas e políticos.
LANÇAMENTO. O novo “Modo de Bloqueio” estará disponível para iPhones, iPads e macOS, e funcionará da seguinte forma:
- Convites e chamadas do FaceTime por contatos desconhecidos serão bloqueadas e a maioria dos tipos de anexos de mensagens, além das imagens, também. A pré-visualização de links também estará bloqueada.
- Perfis de configuração não poderão ser instalados, e o dispositivo não pode se inscrever no gerenciamento de dispositivos móveis (MDM, na sigla em inglês), enquanto o modo estiver ativo.
- As conexões com outros dispositivos, como computadores ou outros acessórios, serão bloqueadas.
A empresa diz que a nova ferramenta é “extrema, e opcional” para proteger a privacidade e segurança de usuários contra o aumento crescente de ataques por spywares. Outras ferramentas de privacidade também serão adicionadas ao longo do tempo.
E MAIS: Além disso, a empresa disse que vai recompensar pesquisadores que encontrem brechas de segurança na nova ferramenta em até U$2 milhões (mais de R$10 milhões), por meio do programa Apple Security Bounty.
CASOS PASSADOS: Em julho de 2021, o CitizenLab, a Anistia Internacional e veículos de imprensa formaram um consórcio internacional para reportar o uso do spyware Pegasus contra centenas de jornalistas, ativistas e políticos. Já em dezembro, foi reportado que funcionários do Departamento de Estado dos EUA haviam sido espionados em suas contas iCloud.
O Pegasus tem potencial de analisar registros de chamadas, coletar mensagens, ativar e desligar microfone e câmera automaticamente, e outras funções.
Desde então, a Apple abriu um processo acusando a NSO Group de violar uma lei federal anti-hacking ao vender um software usado para espionar os usuários da Apple. Atualmente, o NSO Group está na lista negra do Departamento de Comércio dos EUA, enquanto a União Europeia tenta movimento semelhante.