A Meta abriu dois processos na Justiça contra uma empresa subsidiária de outra chinesa e um indivíduo turco nos Estados Unidos que estavam raspando dados das suas plataformas sociais.
O QUE HOUVE? Os processos são uma tentativa da empresa de interromper a ação da Octopus, subsidiária de uma “empresa chinesa de alta tecnologia” não especificada, e de Ekrem Ateş, uma pessoa baseada na Turquia.
Ambos fazem “raspagem” de dados no Facebook e Instagram, respectivamente, o que a Meta considera violar seus termos de uso.
RASPAGEM? Raspagem, ou “scraping”, é uma prática que consiste em coletar dados de sites disponíveis publicamente na internet usando sistemas automatizados.
A ilegalidade da raspagem é um tema controverso no meio jurídico. Há quem defenda, com bons argumentos, que se os dados são públicos, não há problema.
A Meta argumenta que os dados coletados pela Octopus e por Ekrem Ateş só são acessíveis mediante login, o que os colocaria na ilegalidade.
QUAL O PROBLEMA? A Octopus vende um software que faz raspagem no Facebook e Instagram. Quem paga por ele consegue obter dados de perfis no Faceobok, como endereço de e-mail, número telefônico e data de nascimento, e outros similares no Instagram.
Já Ekrem Ateş faz a raspagem de perfis no Instagram para criar sites clones, que replicam o conteúdo da rede social na web aberta. A Meta estima que ele já raspou 350 mil perfis.
A Meta acredita que essas operações são danosas a seus usuários e que violam seus termos e a lei de direitos autorais do país (DMCA), por isso busca proibi-las na Justiça federal norte-americana.
PRECEDENTES. Desde 2017, o LinkedIn, outra rede social norte-americana, briga na Justiça contra uma empresa rival, a hiQ, que faz raspagem dos seus perfis profissionais.
O LinkedIn perdeu sucessivas vezes, até mesmo quando o caso escalou à Suprema Corte. A derrota mais recente foi em abril deste ano, como reportou o Gizmodo.
A raspagem que exaspera a Meta hoje é muito parecida à brecha explorada pela Cambridge Analytica em meados da década passada para coletar dados de usuários do Facebook. A diferença é que, na época, a própria Meta oferecia ferramentas que possibilitavam a raspagem — ainda que o mau uso já fosse proibido por seus termos.