A menos de três meses das eleições, as redes sociais comerciais continuam deixando a desejar nos esforços e transparência para conter a desinformação eleitoral no Brasil.
O QUE HOUVE? A Folha de S.Paulo contatou seis empresas responsáveis pelas maiores plataformas sociais no país: Meta (do trio Facebook, Instagram e WhatsApp), TikTok, Telegram, Twitter, Kwai e YouTube.
O jornal paulista queria saber detalhes dos preparativos para o período eleitoral. Entre outras perguntas, qual o tamanho da equipe de moderação que fala português do Brasil e investimentos feitos em pessoal na moderação e nos sistemas automatizados.
RESPOSTAS. Telegram não respondeu. As demais tangenciaram e, embora tenham dado retorno, não responderam as perguntas diretamente.
Apenas o Twitter confirmou, ainda que de forma vaga, que durante as eleições dedica “mais esforços desses e de outros times, que incluem brasileiros, para monitorar as conversas”.
Em julho, o Núcleo questionou o Twitter sobre a curadoria do conteúdo eleitoral da plataforma e a resposta foi tão vaga quanto à dada para a Folha.
O QUE MAIS? Em novembro de 2021, lembra a Folha, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (Ministério Público Federal em São Paulo) fez questionamento similar à Meta.
O órgão do MPF também levrou um drible da comunicação da empresa norte-americana, que respondeu sem responder diretamente os questionamentos feitos.
NOTA RELACIONADA. No domingo (7.ago), o jornal O Globo mostrou que candidatos a deputado estadual e federal bolsonaristas têm explorado brechas na moderação das redes da Meta (Facebook e Instagram) impulsionar desinformação.
Um levantamento feito pela NetLab, laboratório vinculado à Escola de Comunicação da UFRJ, a pedido do jornal carioca encontrou 21 anúncios na plataforma da Meta que atacam com mentiras a segurança da urna eletrônica.
O levantamento compreendeu o período entre 26 de junho e 31 de julho.
Embora os termos de uso da Meta não proíbam esse tipo de anúncio, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passou a vetar, em 2021, mentiras e descontextualizações sobre o pleito na resolução que define as regras da propaganda eleitoral.
Via Folha de S.Paulo, O Globo.