O YouTube removeu nesta quarta-feira (10.ago.2022) uma live de 18.jul.2022, que registrou a reunião de Jair Bolsonaro com embaixadores, onde o presidente fez afirmações mentirosas sobre a segurança da urna eletrônica e a legitimidade do processo eleitoral.
Segundo a CNN Brasil, o YouTube removeu ainda outros vídeos em que Bolsonaro especulava sobre a facada que levou durante a campanha em 2018.
Mudança de curso: Conforme reportado pela Folha de S. Paulo, a decisão de derrubar a live representa uma mudança de curso na política do YouTube. Dois dias após a reunião com embaixadores, o YouTube havia dito ao jornal que iria manter o vídeo no ar porque não havia encontrado violações às suas políticas.
A partir desta quarta-feira, a empresa expandiu sua política para proibir conteúdos que aleguem fraude no sistema eleitoral desde as eleições de 2014 – e não apenas 2018, como vigorava anteriormente.
O Núcleo questionou o YouTube por meio de sua assessoria de imprensa sobre a quantidade de vídeos derrubados e quais seriam. A plataforma enviou uma nota que não respondeu nossas perguntas.
Veja nota na íntegra:
"O YouTube é uma plataforma de vídeo aberta e qualquer pessoa pode compartilhar conteúdo, que está sujeito a revisão de acordo com as nossas diretrizes de comunidade.
A política de integridade eleitoral do YouTube proíbe conteúdo com informações falsas sobre fraude generalizada, erros ou problemas técnicos que supostamente tenham alterado o resultado de eleições anteriores, após os resultados já terem sido oficialmente confirmados. Essa diretriz agora também se aplica às eleições presidenciais brasileiras de 2014, além do pleito de 2018.
Já nossa política de discurso de ódio proíbe conteúdo que negue, banalize ou minimize eventos históricos violentos, incluindo o esfaqueamento de Jair Bolsonaro. O discurso de ódio não é permitido no YouTube, e removeremos material sobre o esfaqueamento de Jair Bolsonaro que viole esta política se não fornecer contexto educacional, documental, científico ou artístico no vídeo ou áudio."
E TEM MAIS: Também nesta quarta-feira, a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) apresentou uma representação contra o presidente Bolsonaro junto ao Tribunal Superior Eleitoral pela realização do encontro com os embaixadores.
O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, que assina a representação, solicitou também que fossem removidos das redes sociais e de veículos de mídia 13 links que continham o vídeo da reunião, além da aplicação de uma multa contra Bolsonaro por propaganda eleitoral antecipada.