Cerca de 20% dos vídeos no TikTok possuem desinformação

A desinformação no TikTok é especialmente preocupante considerando o público jovem: cerca de 24% dos usuários são da geração Z.

Usuários do TikTok estão sujeitos a encontrar um alto nível de desinformação na plataforma, segundo novo relatório publicado na quarta-feira (14.set.22) pela NewsGuard, uma ferramenta que monitora desinformação na internet.

Segundo o relatório de transparência do TikTok, durante o primeiro quadrimestre de 2022, a empresa removeu cerca de 102 milhões de vídeos que violaram políticas de comunidade. Foi um aumento de 19% em comparação ao último quadrimestre.

O RELATÓRIO. Segundo o documento, ao buscarem sobre notícias no TikTok, pesquisadores descobriram que 1 em cada 5 (cerca de 20%) vídeos sugeridos continham desinformação ou conteúdo enganoso. Entre as notícias analisadas, estão questões de saúde e política.

SAÚDE. Ao buscar sobre a vacinação contra a COVID-19 no TikTok, por exemplo, metade dos principais vídeos sugeridos (5 em 1o) continham desinformação. Entre elas, teorias conspiratórias como que a vacinação contra a COVID-19 danifica o sistema imunológico de crianças.

Além disso, 4 dos principais 20 vídeos sobre hidroxicloroquina continham desinformação, incluindo conteúdo ensinando usuários a “produzirem” o medicamento em suas casas.

Em junho, pouco após a decisão da Suprema Corte dos EUA em banir o direito ao aborto ao nível federal, a NewsGuard publicou um relatório reportando sobre o aumento exponencial de vídeos no TikTok com “métodos alternativos” para o aborto. Esses vídeos continuam no ar até hoje e poderiam ser facilmente moderados pela rede, conforme o relatório.

POLÍTICA. Além de questões de saúde, a desinformação política é algo frequente no TikTok. Em destaque, vídeos questionando o processo eleitoral dos EUA. Ao pesquisar sobre a insurreição de 6.jan.21 ou as eleições presidenciais de 2020, os principais resultados são conspirações.

Parte da desinformação na rede também é envolta na “veracidade” de vítimas em massacres escolares ou conflitos geopolíticos, como a guerra da Ucrânia. Ao pesquisar sobre o massacre na escola de Uvalde, Texas, Estados Unidos, os dois principais resultados eram conspirações e desinformação propositalmente danosa.

GERAÇÃO Z. Para o fundador da NewsGuard, Stephen Brill, o principal problema é como conteúdo desinformativo pode atingir gerações mais jovens. Dados de abril de 2022 mostram que cerca de 24% da audiência global do TikTok tem entre 18 e 24 anos.

Os dados do relatório criam um cenário preocupante, uma vez que, segundo dados do próprio Google, quase metade geração Z tem o TikTok como seu principal mecanismo de busca na internet.

RESPOSTA. Em resposta ao relatório, o TikTok diz não permitir “desinformação danosa” aos usuários, como desinformação envolvendo saúde, e diz remover esse conteúdo da plataforma.

Reportagem Sofia Schurig
Edição Julianna Granjeia

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