A ex-funcionária do Facebook, Frances Haugen, responsável pela divulgação de mais de 20 mil páginas de documentos internos da plataforma em 2021, conhecidos como Facebook Papers, lançou hoje (22.set) uma organização sem fins lucrativos chamada Beyond the Screen (Além da Tela, na tradução livre).
A ideia é se concentrar em soluções concretas para ajudar os usuários a obter o controle da experiência nas redes sociais, disse Haugen no comunicado oficial.
“Podemos ter redes sociais que trazem o melhor de nós, e é para isso que a Beyond the Screen está trabalhando", afirmou a ex-executiva da área de Integridade Cívica do Facebook.
Entre os parceiros da Beyond the Screen estão duas organizações com ideias semelhantes: a Project Liberty e a Common Sense Media.
O QUE DEVE VIR POR AÍ. A primeira missão da organização é criar um projeto “Duty of Care”, que servirá como um banco de dados de código aberto para documentar as maneiras pelas quais a Big Tech estão falhando em suas obrigações legais e éticas e delinear maneiras de corrigir esses problemas coletivamente.
Por isso, a ambição dos envolvidos é documentar danos online e identificar lacunas nas pesquisas atuais e no pensamento sobre danos e soluções online e envolverá acadêmicos, sociedade civil, advogados e legisladores para transformar soluções em realidade.
O que vem bem a calhar nesse momento, visto que a Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), por exemplo, está restringindo o acesso a dados de suas redes sociais.
O Núcleo mostrou que a empresa deu mais uma sufocada no CrowdTangle, fazendo mudanças na política do Instagram que vão basicamente extinguir transparência de dados em vídeos da plataforma.
“O projeto Duty of Care representa um esforço ousado, inclusivo e muito necessário para impulsionar uma mudança sísmica na forma como as redes sociais operam”, comentou Frank McCourt, fundador do Project Liberty, que disse estar ansioso para avançar no objetivo de tornar comunidades digitais mais saudáveis e interromper modelos de negócios prejudiciais.