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Além de ter determinado a censura de duas reportagens do UOL sobre o uso de dinheiro vivo em compras de imóveis pela família Bolsonaro, a Justiça de Brasília determinou a remoção de postagens relacionadas ao assunto nos perfis do portal e da jornalista Juliana Dal Piva, coautora das matérias, nas redes sociais.

A decisão cita, especificamente, as contas @UOLNoticias e @julianadalpiva, no Twitter, e @uolnoticias e @juliana.dalpiva, no Instagram.

O jornalista Thiago Herdy, que também assina as reportagens e foi acionado judicialmente ao lado de Juliana, não tem redes sociais e, por isso, não foi citado.

O UOL cumpriu a decisão, mas informou que vai recorrer. No lugar das matérias censuradas, o portal publicou um texto com o título "Justiça censura UOL e manda apagar reportagens sobre imóveis dos Bolsonaro".

A liminar foi concedida pelo desembargador Demetrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, a pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL).

A decisão, porém, não cita a Folha de S.Paulo, que reproduziu o material. Por isso, pelo menos por enquanto, ele ainda pode ser lido na íntegra no site do jornal. A expressão "DINHEIRO VIVO", em referência às reportagens, está entre os assuntos mais comentados do Twitter nesta sexta-feira (23.set.22).

A pedido do Núcleo, Taís Gasparian, advogada do UOL e da Folha e especialista em direito civil relacionado à imprensa, comentou a decisão:

"Todos os documentos que deram base à matéria são públicos. As investigações, citadas na matéria, também já eram de conhecimento público, de vez que já divulgadas por diversos veículos. Não me parece haver, então, qualquer violação que dê fundamento à ordem de remoção. O magistrado talvez tenha sido levado a engano pela parte autora."
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