Está no ar há pelo menos 15 horas
uma transmissão ao vivo no YouTube com alegações de fraude no processo eleitoral com supostas "provas". A transmissão é um compilado de vídeos de outros usuários alegando fraude no primeiro turno das eleições, que ocorreu no domingo (02.out).
Um dos usuários que aparece no vídeo diz que "Bolsonaro não pode deixar haver um segundo turno nessas urnas" e que sem urnas auditáveis não pode haver segundo turno.
- O título do vídeo é escrito de maneira cifrada. Em vez de 'fraude na eleição', está escrito FRAUD3 NA ELE1ÇÃ0, o que pode ser uma estratégia para evadir a moderação.
VOLUME. O canal que está transmitindo o vídeo possui 566 mil
assinantes. No momento em que essa nota foi para o ar, cerca de 7 mil usuários assistiam à transmissão. O vídeo já possui 94 mil curtidas.
COMPARTILHAMENTO. O Núcleo identificou a URL desse vídeo sendo compartilhada em pelo menos nove grupos da extrema-direita no Telegram desde a noite de domingo.
PROPAGANDAS. A transmissão também está sendo monetizada, já que durante o vídeo há várias inserções de anúncios. Uma das propagandas exibidas é do programa War Room, de Steve Bannon.
O Núcleo entrou em contato com o YouTube para questionar se a plataforma irá agir no caso da transmissão. No dia 4.out, a plataforma confirmou a remoção do vídeo e enviou o seguinte posicionamento por meio da assessoria de imprensa:
"No YouTube, todos os conteúdos precisam seguir as Diretrizes de Comunidade. Temos elaborado um sólido conjunto de políticas e sistemas para dar visibilidade a conteúdo confiável, reduzir a disseminação de informações enganosas e, ao mesmo tempo, permitir a realização do debate político. Nós contamos com uma combinação de sistemas inteligentes, revisores humanos e denúncias de usuários para identificar material suspeito e esse trabalho é realizado de forma contínua pela plataforma."
Reportagem Laís Martins
Edição Sérgio Spagnuolo
Texto atualizado às 12h25 de 4.out.2022 para incluir posicionamento do Youtube.
Esta reportagem foi feita numa colaboração entre Agência Pública, Aos Fatos e Núcleo Jornalismo para a cobertura das eleições de 2022. A republicação só é permitida com a atribuição de crédito para todas as organizações.