Quando Elon Musk assumiu o Twitter, ele disse que decisões envolvendo banimentos na plataforma, incluindo o mais notório, do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, só seriam tomadas após a instalação de um conselho.
O QUE HOUVE? A promessa foi deixada de lado, trocada por uma enquete entre seus seguidores perguntando se o acesso de Trump, banido após a tentativa de golpe no começo de 2020, deveria ser restabelecido.
Após 15 milhões de respostas, o “sim” venceu com 51,8% dos votos.
“As pessoas se manifestaram. Trump será restaurado. ‘Vox populi, vox dei’ [‘A voz do povo é a voz de Deus’ em latim]”, disse o CEO bilionário.
E OS BOTS? Causou estranheza o “método” (na falta de palavra melhor) adotado por Musk para tomar essa decisão.
Entre a oferta de compra do Twitter por US$ 44 bilhões, em abril, e a compra efetiva, no final de outubro, ele tentou se livrar do negócio alegando que a plataforma estava recheada de robôs.
Enquetes online são alvos fáceis para automação/robôs. Não é descabido imaginar, ainda mais pela pequena diferença de votos, que os robôs tenham sido decisivos na enquete de Trump.
E O TRUMP? Trump disse que não voltará a usar seu perfil no Twitter. Em vez disso, focará na Truth Social, sua própria rede social, que ele classifica como “muito melhor”.
No Twitter, o perfil de Trump, já restaurado, tem 87,3 milhões de seguidores. Na Truth Social, 4,6 milhões.
OUTROS TÓXICOS. Não foi só Trump que foi anistiado por Musk. Outras personalidades banidas por discurso de ódio, como Jordan Peterson e Kanye West, também recuperaram seus perfis no Twitter.
Via @elonmusk/Twitter, Semafor (ambos em inglês).