Todas as atenções de Elon Musk estão voltadas à assinatura (“Blue”) do Twitter, mas o que paga as contas da empresa é publicidade.
Em 2021, ~90% dos US$ 5 bilhões que o Twitter faturou veio dos anúncios. Por isso é preocupante o êxodo de marcas em curso na plataforma.
O QUE HOUVE? Um terço dos 100 maiores anunciantes do Twitter, incluindo 14 do top 50, não veiculou anúncios nas duas últimas semanas.
Os dados são da consultoria Pathmatics, especializada em publicidade digital, e foram divulgados pelo Washington Post.
Entre grandes marcas que pausaram suas campanhas no Twitter estão Jeep, Mars, Merck, Kellogg e Verizon.
CONTEXTO. O Twitter já não era prioridade nos orçamentos de marketing das grandes empresas, mas a gestão errática de Musk piorou um cenário já incerto.
Apesar da promessa de que não transformaria o Twitter em um “inferno” para marcas, atitudes tomadas por Musk tornaram a plataforma tóxica para marcas.
Em especial, a demissão em massa, que reduziu a força de trabalho do Twitter de 7,5 mil para 2,7 mil funcionários, e o relaxamento da moderação — os terceirizados, responsáveis por esse trabalho, também foram dizimados por um corte ainda mais profundo.
JUSTIFICATIVAS. No Blind, plataforma de relatos anônimos do mundo corporativo, um suposto executivo responsável pelo marketing de uma empresa de tecnologia que gastava US$ 750 mil por mês no Twitter elencou os motivos que o levaram a suspender o investimento na plataforma de Musk:
- Queda significativa em desempenho/engajamento.
- Sérios problemas de segurança para a marca — conteúdo de ódio e/ou ilegal aparecendo junto aos anúncios.
- Mudanças na equipe de contas que se relacionava com a empresa — duas trocas integrais de membros em duas semanas.
- Falhas na interface de compra de anúncios e problemas diversos no login.
Via Washington Post, Blind (ambos em inglês).